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São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2003

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Texto causou tensão interna, diz líder do PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Nelson Pellegrino (BA), líder da bancada do PT na Câmara, afirmou que o abaixo-assinado causou "uma tensão interna", "abriu uma crise", mas disse acreditar que que tudo pode ser contornado com diálogo.
"Vejo com muita preocupação esse momento, ele é de tensão interna, é preciso diálogo. Eu, como líder, vou tentar ajudar, mas, sem dúvida nenhuma, isso abre uma crise", declarou pela manhã, quando ainda havia a ameaça de renúncia do senador Tião Viana.
Apesar de ter votado contra a abertura de processo disciplinar contra os parlamentares, Pellegrino disse que não vai aderir ao abaixo-assinado porque "não é a melhor forma de dialogar com a direção do partido".
O deputado afirmou ter pedido a Tarcísio Zimmermann para não apresentar o texto como recurso. Pellegrino pertence à tendência Força Socialista, de esquerda dentro do PT, e já sofreu um desgaste por ter assinado ao lado de outros 36 deputados petistas um texto crítico ao governo durante a apreciação da emenda do sistema financeiro, que abre a brecha para a autonomia do BC.
Apesar de não ter colocado sua assinatura desta vez, Pellegrino também é contra a punição dos radicais e prega um acordo, o que vai ao encontro do texto elaborado por Zimmermann, Walter Pinheiro e Eduardo Suplicy .

Heloísa Helena
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) afirmou ter ficado "preocupada" e "triste" com os desdobramentos do abaixo-assinado. "Espero que um ato tão bonito de solidariedade, e não de confronto, não passe a ser considerado como enfrentamento entre a base e o poder", disse. Ela estava na reunião em que Tião Viana renunciou ao cargo e foi uma das que tentaram demovê-lo.
Segundo Suplicy, a senadora não participou da elaboração do recurso à Executiva do PT contra a sua expulsão e dos deputados Babá e Luciana Genro.
Sobre a afirmação do líder, Tião Viana, de que a expulsão poderia ser evitada se os chamados radicais assumissem compromisso de votar com o PT, ela reafirmou que não desistirá de suas posições. "Vou para a comissão de ética com muita serenidade, mas sem abrir um milímetro da firmeza com que ajudei a construir o PT."


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