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No Congresso, Ciro defende reeleição de Lula
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
O ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) defendeu ontem a reeleição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em reunião
com a bancada do Nordeste na
Câmara dos Deputados. Questionado por um congressista sobre
seu projeto político, Ciro respondeu: "Servir ao governo Lula e trabalhar com muito gosto para o segundo mandato dele".
Após o encontro, o ministro
tentou minimizar a declaração.
"O que disse foi que vou trabalhar
com muito entusiasmo pelo êxito
do governo. Tendo êxito, é natural que a população queira que ele
[Lula] se reeleja. E eu também,
porque também sou povo", afirmou ele à imprensa.
Falando aos deputados, o ministro, candidato derrotado do
PPS à Presidência da República
nas últimas eleições, disse que
"Lula é o que o país precisava neste instante. O êxito do presidente
Lula será o meu pagamento".
Os deputados cobraram desde
um plano de desenvolvimento
para a região, linhas de financiamento e soluções para a desertificação de áreas do semi-árido até
uma linha de comunicação mais
frequente com o ministro.
A principal bandeira defendida
pelos Estados do Nordeste para a
reforma tributária, a cobrança do
ICMS no local de destino dos produtos (mercado consumidor), foi
atacada pelo ministro.
Para ele, a cobrança do imposto
somente no destino é "insustentável" porque quebraria Estados
produtores como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que
concentram o parque industrial,
"o que não interessa ao país".
O ministro, que fez carreira política no Ceará, aproveitou para
mandar um recado aos deputados: "Essa não é uma questão regional. Temos que banir esse antagonismo algo fetichista que temos contra São Paulo. Não é pelo
argumento do coitadinho pobre
que vamos nos estabelecer".
Para Ciro, o ideal seria a cobrança de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) no destino, arrecadado para um fundo federal de repartição automática. A reforma
tributária proposta pelo governo
fixou a cobrança do novo ICMS
no Estado de produção do bem
(origem). Os Estados do Nordeste
queriam a cobrança no local de
consumo (destino).
Após o encontro, o ministro foi
cauteloso ao falar sobre a taxa de
juros do país. "Não há setor do
governo que não queira que os juros caiam, mas não há margem
política para que isso aconteça
agora. Devemos deixar só o ministro [Antonio] Palocci [Filho]
cuidar disso porque ele está fazendo isso muito bem", disse ele.
Anteontem, o vice-presidente
José Alencar (PL) e o senador
Aloizio Mercadante (PT-SP) pediram a redução dos juros.
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