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São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2003

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No Congresso, Ciro defende reeleição de Lula

FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

O ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) defendeu ontem a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião com a bancada do Nordeste na Câmara dos Deputados. Questionado por um congressista sobre seu projeto político, Ciro respondeu: "Servir ao governo Lula e trabalhar com muito gosto para o segundo mandato dele".
Após o encontro, o ministro tentou minimizar a declaração. "O que disse foi que vou trabalhar com muito entusiasmo pelo êxito do governo. Tendo êxito, é natural que a população queira que ele [Lula] se reeleja. E eu também, porque também sou povo", afirmou ele à imprensa.
Falando aos deputados, o ministro, candidato derrotado do PPS à Presidência da República nas últimas eleições, disse que "Lula é o que o país precisava neste instante. O êxito do presidente Lula será o meu pagamento".
Os deputados cobraram desde um plano de desenvolvimento para a região, linhas de financiamento e soluções para a desertificação de áreas do semi-árido até uma linha de comunicação mais frequente com o ministro.
A principal bandeira defendida pelos Estados do Nordeste para a reforma tributária, a cobrança do ICMS no local de destino dos produtos (mercado consumidor), foi atacada pelo ministro.
Para ele, a cobrança do imposto somente no destino é "insustentável" porque quebraria Estados produtores como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que concentram o parque industrial, "o que não interessa ao país".
O ministro, que fez carreira política no Ceará, aproveitou para mandar um recado aos deputados: "Essa não é uma questão regional. Temos que banir esse antagonismo algo fetichista que temos contra São Paulo. Não é pelo argumento do coitadinho pobre que vamos nos estabelecer".
Para Ciro, o ideal seria a cobrança de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) no destino, arrecadado para um fundo federal de repartição automática. A reforma tributária proposta pelo governo fixou a cobrança do novo ICMS no Estado de produção do bem (origem). Os Estados do Nordeste queriam a cobrança no local de consumo (destino).
Após o encontro, o ministro foi cauteloso ao falar sobre a taxa de juros do país. "Não há setor do governo que não queira que os juros caiam, mas não há margem política para que isso aconteça agora. Devemos deixar só o ministro [Antonio] Palocci [Filho] cuidar disso porque ele está fazendo isso muito bem", disse ele.
Anteontem, o vice-presidente José Alencar (PL) e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) pediram a redução dos juros.


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