São Paulo, domingo, 16 de maio de 2004

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TODA MÍDIA - NELSON DE SÁ

Mal-entendido

Larry Rohter, do "New York Times", jogou a responsabilidade sobre a imprensa brasileira. Como dizia a reportagem de ontem do "NYT", escrita por Warren Hoge, destacada em manchete no UOL:
- Rohter, que fala português fluentemente, argumentou que a versão do seu artigo tinha sido mal traduzida na imprensa brasileira, "um fato que pode ter ampliado o mal-entendido".
Disse mais, segundo seus advogados, em trecho destacado no site do "Valor":
- O artigo [que escreveu sobre Lula no "NYT"] limita-se a veicular comentários... O texto não foi escrito para ofender o senhor presidente, embora as repercussões e polêmicas posteriores à reportagem possam ter lhe causado constrangimento.
Na revista "Veja", o colunista Diogo Mainardi, uma das três "fontes" de Rohter, também responsabiliza a imprensa:
- Minhas fontes foram Folha, "Estado" e "Globo". Consequentemente, foram também as fontes do "New York Times".
Em "O Dia", ontem, o colunista Claudio Humberto, outra "fonte" de Rohter, foi na mesma linha, citando um texto de "O Globo", há duas semanas.

 

"O Globo" contra-atacou com ironia, também em texto de ontem, comentando as desculpas do jornalista do "NYT" :
- Apelido dado por jornalistas ao colega do "New York Times": Sorry Rohter.
E o ministro Tarso Genro acrescentou, no site do jornal:
- O jornalismo americano é desqualificado. O jornalismo no Brasil não aceita esse tipo de baixaria.

BARNEY

"The Wall Street Journal"

George W. Bush deu entrevista ao "Washington Times" dizendo que evita ler jornais, sobretudo "editoriais e colunas de opinião", para não perder "a visão clara das coisas". Seu secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, afirmou aos soldados no Iraque ter parado "de ler os jornais". O "NYT" deu editorial dizendo que os dois não querem é ler más notícias. Só as que favorecem ou as curiosas.
Por coincidência, o site da Casa Branca abriu nova home, como destacou o "Washington Post", só para o cachorro de Bush, Barney. Traz uma "foto do dia", todos os dias (acima), e tem uma BarneyCam, uma câmera em tempo real que segue o cão.
Mas a assessoria de comunicação de Bush disse que talvez o presidente participe de bate-papos, no futuro.

Belezas
Só boas notícias. A rádio Bandeirantes deu que "o governo pretende fazer uma divulgação maciça das belezas naturas e culturais do Brasil no exterior". Ao custo de R$ 30 milhões.

Ibope
A revista "Veja" noticiou que nova pesquisa Ibope, encerrada na segunda, registrou "melhora na avaliação do governo". Seria efeito do programa do PT.
A revista se perguntou se, com a quase expulsão do jornalista, os "números viraram coisa do passado". Para o marqueteiro Duda Mendonça, em "O Globo", talvez:
- O caso arranha a imagem do presidente.

Reeleição
Alexandre Garcia disse na Globo, na semana, que "José Sarney resolveu desistir" da reeleição para presidente do Senado. A "Veja" voltou ao tema e registrou que, em votações, Sarney já atua contra Lula.

Luxemburgo
FHC não pára de dar entrevistas. Agora ele surgiu na revista "Cult", menos como político, mais como intelectual. Quase um marxista. Dele:
- O que acontece é que nós vivemos sob a égide do capitalismo. Ele se tornou planetário. Veja a China. Algumas coisas ditas por Marx, nos últimos capítulos de "O Capital", anteciparam isso. Rosa Luxemburgo também. A generalização do sistema capitalista.

Mais China
Também "Veja" abriu amplo espaço, a exemplo da Globo, para a China que está para ser visitada por Lula "e sua supercomitiva de ministros, governadores e empresários". Destacou os executivos brasileiros que estão aprendendo mandarim.

Sem vitória
De sua parte, o site da "Forbes" deu longa entrevista com o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura), que buscou afirmar que ainda há muito trabalho a fazer para conquistar a China.

A ESTRELA SOBE 1

whitehouse.gov/Reprodução

O chanceler Celso Amorim era descrito assim, anteontem na abertura de reportagem do "Wall Street Journal" (acima, retrato do ministro no jornal):
- O influente ministro do exterior do Brasil disse que os países da Organização Mundial do Comércio concordaram nos planos quanto à agricultura, mas que um outro ponto -a redução de tarifas- está desafiando um acordo. Celso Amorim, um líder das agora essenciais nações em desenvolvimento do G20, disse que o grupo rejeita as estratégias dos EUA e da União Européia.
Também o "Financial Times", em reportagem de ontem, destacava a opinião de Amorim, "que lidera o G20", até sobre o representante comercial dos EUA.

A ESTRELA SOBE 2

Carles Ribas - elpaís.es

O espanhol "El País" não pára de entrevistar a esquerda brasileira. Ontem foi a vez de Gilberto Gil, ouvido "em seu duplo papel de ministro da Cultura e músico". Foi descrito como "político e pensador", "vestido elegantemente, mas mantendo sua proximidade habitual e seu sorriso expansivo" etc. O título, publicado junto a uma foto de seu show em Barcelona (acima):
- Gilberto Gil considera "irreversível" o avanço da música latino-americana.


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