São Paulo, domingo, 16 de maio de 2004

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Funcionários da Funai são presos por contrabando

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal anunciou ontem o desmonte de uma quadrilha acusada de contrabandear partes de animais silvestres para confeccionar artesanato indígena. Alguns membros do grupo, segundo a PF, atuavam havia 30 anos. Entre os 11 presos, sete são funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio).
Parte do material apreendido era comercializado nas lojas da rede Artíndia, coordenada pela Funai. "Houve um verdadeiro massacre de animais silvestres", disse o delegado Jorge Barbosa Pontes, que presidiu o inquérito.
Os animais mais visados pela quadrilha, pelo relato da PF, eram papagaios e araras (em razão das penas), onças (para extração dos dentes) e gatos do mato (por sua pele). Macacos de espécies em extinção também estão na lista.
Segundo Pontes, o esquema funcionava em uma "brecha da lei": a legislação permite a comercialização de artesanato confeccionado com restos de animais silvestres que tenham sido previamente consumidos pelos índios. Mas o volume apreendido - cerca de mil peças- não é compatível com a quantidade de animais caçados para consumo.
A assessoria de imprensa da Funai afirmou que o presidente da instituição, Mércio Pereira Gomes, espera que os funcionários envolvidos sejam punidos. (GABRIELA ATHIAS)

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