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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
A faca e o queijo
A indócil bancada do PMDB do Rio acaba de dar nova estocada no governo com a indicação, pelo presidente da CCJ, Leonardo Picciani, do colega Eduardo
Cunha para ser o relator, na comissão, da emenda que
prorroga a CPMF. Cunha pegou em armas ontem ao
constatar que havia saído a nomeação de Elias Fernandes, indicado pelo líder da bancada, Henrique Alves (RN), para o Dnocs, enquanto a de Luiz Paulo
Conde para Furnas segue indefinida. Cunha e Alves
tiveram ríspida discussão, na qual o fluminense
ameaçou usar a CPMF para emparedar o Planalto.
Não bastasse relatar matéria de importância capital
para Lula, Cunha também foi galgado ao posto de
"coordenador do PMDB" na CPI do Apagão Aéreo.
Vai que é tua. Os partidos vão devolver para o governo a bola da mudança na legislação do aborto. Logo depois
da entrevista em que Lula empurrou o debate para o Congresso, Renan Calheiros
(PMDB-AL) disse que o tema
não é prioridade no Senado.
Aplicada. O desinteresse
generalizado dos parlamentares pela entrevista de Lula
não contaminou a líder do governo no Congresso, Roseana
Sarney (PMDB-MA). A senadora foi a única a interromper
uma reunião com Renan Calheiros sobre a CPI do Apagão
Aéreo para assistir à transmissão. Com ar satisfeito, assentia com a cabeça a cada
resposta do presidente.
Permuta. O PMDB vai abrir
mão da presidência da CPI do
Apagão Aéreo no Senado para
o PT. O indicado ao posto, na
reunião de instalação, hoje,
será Tião Viana (AC).
Chumbo. O presidente da
Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, telefonou ao antecessor, Carlos Wilson, para
dizer que foi "mal interpretado" quando propôs auditoria
na empresa. "Acho ótima
idéia. Inclusive vai pegar os
dez meses em que você foi
meu diretor de engenharia",
rebateu o deputado petista.
Pombo-correio. Explicação dada pela Aeronáutica para o fato de apenas ontem ter
chegado a Lula a mensagem
enviada pelo papa Bento 16 no
domingo: as gravações são feitas em rolo, e somente depois
de terminada a fita é que são
realizadas as transcrições.
Guerrilha. O ex-senador
Antero Paes de Barros
(PSDB-MT) distribuiu na Casa um dossiê contra Luiz Pagot, indicado de seu adversário Blairo Maggi para presidir
o Dnit. Com a demora do Senado em votar seu nome, Pagot cabalava votos ontem no
cafezinho do Senado.
Trem da alegria. O presidente da Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), prometeu
a um grupo de vereadores colocar em votação a emenda
que restabelece as vagas nas
Câmaras cortadas pelo TSE.
Deságio. Encerrado o processo de regularização dos títulos, o TSE divulga hoje o novo tamanho do eleitorado
brasileiro: 125.529.686 pessoas. No balanço entre eleitores acrescentados e descartados, são 383 mil a menos do
que no pleito de 2006.
Troco. No entender do Palácio dos Bandeirantes, a crítica
do ex-procurador-geral do
Estado Elioval da Silva Ramos
ao acordo para efetivar servidores temporários firmado
entre José Serra e o ministro
Luiz Marinho tem motivo
subjacente. Nomeado por
Alckmin, Ramos queria continuar no cargo no novo governo. Serra não topou.
Pop. A produtora Paula Lavigne comandou as filmagens
do programa do DEM na sede
do governo do Distrito Federal, com José Roberto Arruda
como estrela. A fotografia é de
André Horta, do longa "Os
Dois Filhos de Francisco".
Visita à Folha. Eduardo
de Barros Pimentel, presidente da Fundação de Rotarianos
de São Paulo, visitou ontem a
Folha. Estava acompanhado
de Ricardo Viveiros, assessor
de imprensa da fundação.
Tiroteio
"Como bom baiano, eu prefiro ser essa
metamorfose ambulante do que ter
aquela velha tendência de aderir
ao governo em todas as situações".
Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA), comentando a referência à música de Raul Seixas feita pelo presidente Lula para justificar a
nomeação de pessoas que lhe fizeram oposição no primeiro mandato.
Contraponto
Fuso horário
Já passava das 22h de quarta-feira passada quando o
presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decidiu
interromper os discursos no plenário para aprovar, por
consenso, o reajuste salarial dos deputados.
Fernando Coruja (PPS-SC), que estava prestes a tomar
a palavra, ficou contrariado e se pôs a reclamar.
-Mas o Coruja vai falar de novo?!-, protestou um parlamentar aborrecido com o adiantado da hora.
Passando por ali naquele momento, o líder da bancada
do PT, Luiz Sérgio (RJ), fez a defesa do catarinense:
-Você queria o quê? Nada mais natural do que o Coruja dormir de dia e trabalhar de noite!
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