São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

A faca e o queijo

A indócil bancada do PMDB do Rio acaba de dar nova estocada no governo com a indicação, pelo presidente da CCJ, Leonardo Picciani, do colega Eduardo Cunha para ser o relator, na comissão, da emenda que prorroga a CPMF. Cunha pegou em armas ontem ao constatar que havia saído a nomeação de Elias Fernandes, indicado pelo líder da bancada, Henrique Alves (RN), para o Dnocs, enquanto a de Luiz Paulo Conde para Furnas segue indefinida. Cunha e Alves tiveram ríspida discussão, na qual o fluminense ameaçou usar a CPMF para emparedar o Planalto.
Não bastasse relatar matéria de importância capital para Lula, Cunha também foi galgado ao posto de "coordenador do PMDB" na CPI do Apagão Aéreo.

Vai que é tua. Os partidos vão devolver para o governo a bola da mudança na legislação do aborto. Logo depois da entrevista em que Lula empurrou o debate para o Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que o tema não é prioridade no Senado.

Aplicada. O desinteresse generalizado dos parlamentares pela entrevista de Lula não contaminou a líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA). A senadora foi a única a interromper uma reunião com Renan Calheiros sobre a CPI do Apagão Aéreo para assistir à transmissão. Com ar satisfeito, assentia com a cabeça a cada resposta do presidente.

Permuta. O PMDB vai abrir mão da presidência da CPI do Apagão Aéreo no Senado para o PT. O indicado ao posto, na reunião de instalação, hoje, será Tião Viana (AC).

Chumbo. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, telefonou ao antecessor, Carlos Wilson, para dizer que foi "mal interpretado" quando propôs auditoria na empresa. "Acho ótima idéia. Inclusive vai pegar os dez meses em que você foi meu diretor de engenharia", rebateu o deputado petista.

Pombo-correio. Explicação dada pela Aeronáutica para o fato de apenas ontem ter chegado a Lula a mensagem enviada pelo papa Bento 16 no domingo: as gravações são feitas em rolo, e somente depois de terminada a fita é que são realizadas as transcrições.

Guerrilha. O ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) distribuiu na Casa um dossiê contra Luiz Pagot, indicado de seu adversário Blairo Maggi para presidir o Dnit. Com a demora do Senado em votar seu nome, Pagot cabalava votos ontem no cafezinho do Senado.

Trem da alegria. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), prometeu a um grupo de vereadores colocar em votação a emenda que restabelece as vagas nas Câmaras cortadas pelo TSE.

Deságio. Encerrado o processo de regularização dos títulos, o TSE divulga hoje o novo tamanho do eleitorado brasileiro: 125.529.686 pessoas. No balanço entre eleitores acrescentados e descartados, são 383 mil a menos do que no pleito de 2006.

Troco. No entender do Palácio dos Bandeirantes, a crítica do ex-procurador-geral do Estado Elioval da Silva Ramos ao acordo para efetivar servidores temporários firmado entre José Serra e o ministro Luiz Marinho tem motivo subjacente. Nomeado por Alckmin, Ramos queria continuar no cargo no novo governo. Serra não topou.

Pop. A produtora Paula Lavigne comandou as filmagens do programa do DEM na sede do governo do Distrito Federal, com José Roberto Arruda como estrela. A fotografia é de André Horta, do longa "Os Dois Filhos de Francisco".

Visita à Folha. Eduardo de Barros Pimentel, presidente da Fundação de Rotarianos de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ricardo Viveiros, assessor de imprensa da fundação.

Tiroteio

"Como bom baiano, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha tendência de aderir ao governo em todas as situações".
Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA), comentando a referência à música de Raul Seixas feita pelo presidente Lula para justificar a nomeação de pessoas que lhe fizeram oposição no primeiro mandato.

Contraponto

Fuso horário

Já passava das 22h de quarta-feira passada quando o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decidiu interromper os discursos no plenário para aprovar, por consenso, o reajuste salarial dos deputados.
Fernando Coruja (PPS-SC), que estava prestes a tomar a palavra, ficou contrariado e se pôs a reclamar.
-Mas o Coruja vai falar de novo?!-, protestou um parlamentar aborrecido com o adiantado da hora.
Passando por ali naquele momento, o líder da bancada do PT, Luiz Sérgio (RJ), fez a defesa do catarinense:
-Você queria o quê? Nada mais natural do que o Coruja dormir de dia e trabalhar de noite!


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