São Paulo, sábado, 16 de maio de 1998

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PAINEL

Básica demais

A cesta básica da Conab distribuída às vítimas da seca pesa 10 quilos e custa cerca de R$ 16, o preço da cesta de 29 quilos de Maguito Vilela (PMDB). A cesta do Comunidade Solidária é melhor que a da Conab, mas ainda inferior à do governo de Goiás.

Trabalho dobrado

Prefeitos de cidades vitimadas pela seca reclamam que a cesta básica da Conab não dura quase nada e terá de ser distribuída de novo em intervalos curtos. Detalhe: o gasto federal para distribuir uma cesta de 10 ou de 20 quilos é praticamente o mesmo.

Recado claro
ACM tinha três convites para se ausentar do país nesta semana. Preferiu assumir a Presidência e acabar com a especulação de que queria ser vice na chapa de FHC. Agora, pela lei, não pode almejar isso. Diz que o seu único objetivo é reeleger o tucano, como queria Luís Eduardo.

Xô, tentação
Ao contrário de Temer, ACM não usará a mesa de despachos de FHC na passagem pela Presidência, mas a oval (de reuniões). É resposta a quem dizia que gostaria tanto da cadeira presidencial que não sairia mais dela.

Próxima atração
A mudança nas regras trabalhistas foi o assunto preferido de um grupo de 40 investidores que se reuniu anteontem com o consultor Murilo Aragão, da Arko Advice, em Nova York. Passada a reforma previdenciária, é a bola da vez na agenda empresarial.

Fogo pesado

Os radicais prometem esquentar o clima no encontro do PT. Os moderados querem referendar a derrubada da candidatura Vladimir Palmeira no Rio.

Nuvem carregada
A Força Aérea Brasileira cancelou os saltos que pára-quedistas fariam hoje sobre a praça dos Três Poderes numa campanha para recolher alimentos para vítimas da seca. Razão: a queda de avião militar semana passada.

Critério esquisito

Exemplo de uso das verbas de combate à seca no NE decorrente do El Niño: João Pessoa, considerada a cidade brasileira com mais verde na área urbana, recebeu cerca de R$ 1 mi, usados na construção de casas populares.

Evitando marola

Apesar de o PT desejar o apoio do PDT no RS e vice-versa na BA, caciques dos dois partidos têm poucas esperanças de que haja acordo nesses Estados.

Pode ser fatal

Covas recebeu dados que mostram que o programa de Maluf que atacou sua política de segurança teria fornecido números errados. Mas até agora não os alardeou. A lentidão do governador incomoda tucanos, que sabem que Maluf é veloz.

Olho vivo
Advertência de Guilherme Palmeira (PFL-AL) a ACM e a Jorge Bornhausen: Collor está sendo subestimado. Se conseguir deixar seu nome na chapa, por meio de manobras jurídicas, pode tirar votos de FHC e comprometer a vitória no 1º turno.

Começou assim
Nas pesquisas em Alagoas, Collor chega a ter 11 pontos a mais do que FHC. Quando fica fora, o presidente bate Lula com ampla vantagem. Se tiver 4% dos votos, Collor já pode ameaçar a vitória de FHC no 1º turno.

Programa de esquerda

O PSTU faz hoje em São Paulo a festa de lançamento das candidaturas de José Maria de Almeida à Presidência, Antonio Donizeti ao governo e Valério Arcari à Câmara. Nome do evento: "Sem medo de ser socialista".

Semente de confusão

Amanhã, em Iperó (SP), será escolhida a miss sem-terra. A eleição vai acontecer em um evento do MST. Alguns lembram a dura crítica de João Pedro Stedile à ex-sem-terra Débora Rodrigues, que posou nua.

Não custa sonhar

Contra todos os caciques do partido, Agripino Lima protocolou ontem no PFL paulista a sua pré-candidatura ao governo. Diz que irá até o fim, apesar das ameaças de retaliação da direção, que prefere Maluf (PPB).

TIROTEIO


De Pimenta da Veiga (PSDB), candidato a deputado federal em Minas, sobre Newton Cardoso (PMDB), pré-candidato ao governo do Estado, ter se internado em um spa para perder os quilos que tem a mais:
- Ele precisa emagrecer (fisicamente) e engordar nos votos, área na qual está muito magro.

CONTRAPONTO

Rei da mímica
Recém-empossado governador do Rio Grande do Sul pelos militares em 1974, Sinval Guazelli (Arena) foi a uma reunião de empresários na Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul).
Lá, ouviu as costumeiras queixas de empresários contra impostos em cascata, juros altos e dificuldade das empresas com a falta de capital de giro.
Guazelli ouvia tudo calado, balançando ligeiramente a cabeça em sinal de aprovação.
A certa altura, o vice-governador, Amaral de Souza, cochichou no ouvido de Guazelli.
Sentado ao lado do governador, um empresário conseguiu ouvir que o vice queria saber o que significava capital de giro.
Guazelli pensou alguns segundos, coçou a cabeça e, com o dedo indicador, começou a fazer movimentos circulares na mesa.
Imediatamente, Souza fez menção de ter entendido tudo.
Quem não entendeu nada foi o perplexo empresário.



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