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Flagelados bloqueiam BR-020 no CE
FABIANA PEREIRA
da Agência Folha
FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Curitiba
Pelo menos 30 moradores da região de Tauá, no sertão cearense,
voltaram a bloquear a BR-020 ontem pela manhã na tentativa de
realizar saques e pedágio. Segundo
a PM, não houve participação do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Os saques não chegaram a ocorrer, segundo o Comando de Policiamento do Interior do Ceará.
Polícia
As polícias Civil e Militar, sabendo da movimentação com antecedência, deslocaram cinco carros para o local e 18 policiais militares.
Os policiais realizaram um cortejo protegendo os carros e os caminhões que passavam, formando uma espécie de corredor, até
que as pessoas foram deixando a
pista. Ninguém foi preso.
"Alguns pediram R$ 2,00 ou R$
5,00 para os motoristas", disse o
comandante do Comando de Policiamento do Interior, coronel
Francisco Justino Ribeiro Neto.
A movimentação na estrada durou menos de duas horas.
Anteontem, 12 caminhões tiveram de dar parte da carga para
passar por um bloqueio.
Segundo o delegado regional de
Tauá, Edmar Bezerra Granja, as
pessoas que vêm pedindo comida
ou dinheiro na BR-020 são agricultores dos povoados onde a
plantação de feijão e milho está
comprometida pela seca.
Anteontem, motoristas de caminhão registraram um boletim de
ocorrência na delegacia de Tauá
alegando que, além de ter de doar
a carga, teriam sido obrigados a
dar todo o dinheiro que possuíam.
Solidariedade
Sai hoje de Curitiba (PR) o terceiro caminhão contendo alimentos doados pela população e por
empresas à Polícia Rodoviária Federal para serem entregues a famílias de flagelados da seca na região
Nordeste.
Serão levadas cerca de 25 toneladas de alimentos não-perecíveis.
Os dois caminhões anteriores deixaram o Paraná nos dois últimos
sábados e devem chegar às cidades-destino neste fim-de-semana.
Segundo o policial rodoviário
Valtencir Marins dos Santos, 31,
que acompanha o comboio, as cidades contempladas estão no Ceará e no Piauí.
O primeiro caminhão partiu
com 1.119 cestas básicas, e o segundo, com 1.200 cestas, disse
Santos.
No total, os três caminhões do
Paraná deverão enviar ao Nordeste cerca de 70 toneladas de alimentos.
Doações
Tânia Marchiorato, 45, coordenadora da campanha, afirmou
que todos os alimentos doados
são acondicionados em cestas antes de serem entregues aos flagelados.
Segundo Tânia, o leite em pó é o
item que mais tem faltado.
Os donativos são colhidos em
postos da Polícia Rodoviária Federal em todo o Estado.
Ofícios pedindo doações também estão sendo enviados a empresas e escolas.
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