São Paulo, sábado, 16 de maio de 1998

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NORDESTE
Em reunião com ministros, FHC pede agilidade na liberação de recursos para locais atingidos pela estiagem
União deve liberar R$ 160 mi para a seca

da Sucursal de Brasília

A União pretende destinar R$ 160 milhões para distribuição de cestas básicas nos próximos 12 meses nos locais atingidos pela seca. A decisão foi anunciada depois de reunião do presidente Fernando Henrique Cardoso com nove ministros, no Palácio do Planalto.
A reunião serviu para listar todas as verbas autorizadas pelo Orçamento para o Nordeste durante o ano, que somam R$ 1,5 bilhão.
FHC quer agilidade na liberação dos recursos, já que a legislação eleitoral proíbe a assinatura de contratos a partir de julho.
Até agora, foram distribuídas 366 mil cestas em mais de mil municípios, segundo relatório do Ministério do Planejamento.
De acordo com o secretário de Políticas Regionais, Ovídio de Ângelis, dos 9,6 milhões de habitantes da zona rural nordestina, de 50% a 60% serão atendidos com o recebimento de alimentos.
Segundo ele, não serão atendidas as pessoas que comprovadamente tenham condições financeiras de comprar alimentos.
O secretário negou que o governo precise importar alimentos para abastecer os flagelados da seca. "Se houver importação, será para atender as safras frustradas."
Cada ministério ficará responsável por encaminhar projetos e alternativas de caráter emergencial para solucionar o problema social do Nordeste. Os ministros também estão convocados a implementar novas ações, que auxiliem o desenvolvimento da região.
Entre as ações definidas na reunião está a expectativa de criação de 1 milhão de postos de trabalho na região, disse de Ângelis.
Procurado pela Folha, o ministro do Trabalho, Edward Amadeo, não foi encontrado para confirmar os dados e a maneira como será posta em prática a proposta de geração de empregos.
Além disso, disse de Ângelis, já foram destinados R$ 71 milhões para a perfuração de poços e instalação de aparelhos de dessalinização -que filtram o sal da água.
"O planejamento, que antes era linear, agora vai priorizar regiões que estejam em condições piores."
De acordo com o secretário, além das atuações de emergência, serão realizadas ações estruturais para o desenvolvimento da infra-estrutura nordestina. Ele, porém, não confirmou quanto será investido na região.
Em relação à continuidade dos saques na região, de Ângelis afirmou que essas ações "não estão sendo feitas por quem está em busca de alimento".
"Isso é uma ação articulada com propósitos notadamente políticos. Podem não ser partidários, mas de base sindical."



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