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NORDESTE
Em reunião com ministros, FHC pede agilidade na liberação de recursos para locais atingidos pela estiagem
União deve liberar R$ 160 mi para a seca
da Sucursal de Brasília
A União pretende destinar
R$ 160 milhões
para distribuição de cestas básicas nos próximos 12 meses
nos locais atingidos pela seca. A
decisão foi anunciada depois de
reunião do presidente Fernando
Henrique Cardoso com nove ministros, no Palácio do Planalto.
A reunião serviu para listar todas
as verbas autorizadas pelo Orçamento para o Nordeste durante o
ano, que somam R$ 1,5 bilhão.
FHC quer agilidade na liberação
dos recursos, já que a legislação
eleitoral proíbe a assinatura de
contratos a partir de julho.
Até agora, foram distribuídas
366 mil cestas em mais de mil municípios, segundo relatório do Ministério do Planejamento.
De acordo com o secretário de
Políticas Regionais, Ovídio de Ângelis, dos 9,6 milhões de habitantes da zona rural nordestina, de
50% a 60% serão atendidos com o
recebimento de alimentos.
Segundo ele, não serão atendidas as pessoas que comprovadamente tenham condições financeiras de comprar alimentos.
O secretário negou que o governo precise importar alimentos para abastecer os flagelados da seca.
"Se houver importação, será para
atender as safras frustradas."
Cada ministério ficará responsável por encaminhar projetos e alternativas de caráter emergencial
para solucionar o problema social
do Nordeste. Os ministros também estão convocados a implementar novas ações, que auxiliem
o desenvolvimento da região.
Entre as ações definidas na reunião está a expectativa de criação
de 1 milhão de postos de trabalho
na região, disse de Ângelis.
Procurado pela Folha, o ministro do Trabalho, Edward Amadeo,
não foi encontrado para confirmar os dados e a maneira como
será posta em prática a proposta
de geração de empregos.
Além disso, disse de Ângelis, já
foram destinados R$ 71 milhões
para a perfuração de poços e instalação de aparelhos de dessalinização -que filtram o sal da água.
"O planejamento, que antes era
linear, agora vai priorizar regiões
que estejam em condições piores."
De acordo com o secretário,
além das atuações de emergência,
serão realizadas ações estruturais
para o desenvolvimento da infra-estrutura nordestina. Ele, porém, não confirmou quanto será
investido na região.
Em relação à continuidade dos
saques na região, de Ângelis afirmou que essas ações "não estão
sendo feitas por quem está em
busca de alimento".
"Isso é uma ação articulada com
propósitos notadamente políticos.
Podem não ser partidários, mas de
base sindical."
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