São Paulo, sábado, 16 de maio de 1998

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NO AR
Imenso respeito

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Quem era "vagabundo" até outro dia agora merece "imenso respeito" de FHC.
Foi cadeia nacional, ontem. E no horário nobre -que o presidente candidato tanto evitou até o ano eleitoral.
Para além das pesquisas do palácio, que devem ter notado a repercussão ruim para os "vagabundos", a cadeia serviu para marcar a abertura da campanha de TV de FHC.
Quanto aos "vagabundos", FHC evitou repetir e declarou, muito amigável, que foi "uma palavra mal compreendida".

No dia em que os miseráveis saqueadores da Indonésia passaram dos 200 mortos, Bill Clinton exigiu as "reformas" -só que, agora, "sociais".
Por aqui, por enquanto, as reformas são de outro gênero. E são "ações de emergência" que socorrem os miseráveis saqueadores. Melhor dizendo, é um "mutirão de ministros", expressão de Boris Casoy.
Os recursos do "mutirão" atingiriam R$ 300 milhões, mas, diz a Globo News, "de concreto, são R$ 71 milhões para perfuração de poços".

Nada concreto é o programa sugerido ontem em reunião da Sudene. Na Globo News:
- Os usineiros têm dívidas de R$ 2,3 bilhões com bancos oficiais. Quem não tem como pagar cederia terras à reforma agrária. O programa enfrenta resistência dos usineiros.
"Resistência" de quem já venceu não poucas vezes.

ACM não é o mesmo. Agora surge cansado na TV, olhos inchados, sem a atemorizante ira imperial. Como ontem, quando dizia, sobre ser vice de FHC na eleição deste ano:
- Eu acho que sou muito mais útil ao país no Senado, nesta oportunidade, do que em qualquer outra função.
Que ninguém se empolgue, ACM não está derrotado. "Nesta oportunidade" não dá. Talvez mais para a frente, quem sabe até em 2002.


E-mail: nelsonsa@uol.com.br



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