São Paulo, domingo, 16 de junho de 2002

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PAINEL

Divisão do bolo
O PMDB ocupará a presidência do Senado entre 2003 e 2004 e comandará a Câmara nos dois anos seguintes em um eventual governo de José Serra (PSDB). A promessa faz parte do acordo para que o partido apóie o presidenciável tucano na eleição.

Escolha governista
O PMDB já informou ao PSDB até os nomes que o partido indicará para as presidências do Senado e da Câmara: Renan Calheiros (AL) e Geddel Vieira Lima (BA), respectivamente.

Poder de atração
Pelo acordo, o PSDB revezaria com o PMDB o comando das duas Casas. Mas os tucanos podem ceder suas vagas ao PFL, a fim de assegurar uma maioria folgada para o eventual governo Serra no Legislativo. Assim como fez FHC nos seus seis primeiros anos de governo.

Disputa por espaço
A cúpula do PMDB avisou a Serra que Rita Camata, candidata a vice, não tem nenhuma autoridade para negociar cargos e benefícios em nome do PMDB. Tudo tem de passar por Michel Temer, Renan Calheiros, Geddel Vieira Lima e Moreira Franco.

Rebeldia em casa
O recado foi passado ao PSDB porque a cúpula peemedebista considera que Rita Camata está palpitando demais na campanha. Há o temor de que a candidata a vice, que nunca se deu bem com o comando do partido, aproxime de Serra seus amigos do grupo dissidente e tente tomar o controle do PMDB.

Esquema carlista
ACM (BA), que tentará voltar ao Senado, prepara um plano para tentar tomar de Jorge Bornhausen (SC) a presidência do PFL no início de 2003.

Das cinzas
Após o Senado ser assaltado, a direção da Casa contratou a empresa de segurança privada Fênix para policiar a área externa.

Garimpo oficial
A nova presidência da Funai -empossada após o ex-presidente Glênio Alvarez discordar do projeto de Romero Jucá (PSDB) que libera garimpo nas áreas indígenas- mandou "dar um tempo" nas denúncias contra garimpos que seriam veiculadas pela revista "Brasil Indígena", editada pelo órgão.

Cacique-mor
Alarmadas com o possível retorno ao Congresso do projeto de Romero Jucá, ONGs indigenistas enviaram uma carta a FHC em que apelam para que a proposta seja barrada.

Empréstimo irregular
O TCU condenou Byron Costa de Queiroz, ex-presidente do Banco do Nordeste Brasileiro, e o empresário Expedito Machado a devolverem R$ 663.800 à União. O órgão considerou irregular empréstimo concedido pelo banco à confecção Vilejack Industrial Ltda., de propriedade de Machado, em 1995.

Segunda instância
Expedito Machado foi ministro da Viação no governo de João Goulart e é pai do candidato do PMDB ao governo do Ceará, Sérgio Machado. Corrigido pelo IGP-M, o valor da multa atinge R$ 1,19 milhão. Os dois condenados ainda podem recorrer da sentença.

Definição paraibana
Com a desistência de Ney Suassuna de disputar o governo da Paraíba pelo PMDB, Roberto Paulino, atual governador, será candidato à reeleição. Ele foi eleito vice de José Maranhão e ocupa o cargo desde abril.

Datas acertadas
Os presidenciáveis bateram o martelo: em 14 de julho ocorrerá o primeiro debate na TV Bandeirantes. A emissora também acertou a data para o debate entre os candidatos ao governo de São Paulo: 21 de julho.

TIROTEIO

Do presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), sobre o PSDB entrar na Justiça para contestar a participação de Ciro Gomes nos programas da Frente Trabalhista:
- Depois que permitiu a participação de Roseana, Lula e Serra na TV, o TSE, ao proibir o Ciro, perde o respeito da nação. Deixa de ser um tribunal para se converter naquilo que a sociedade anda suspeitando: um comitê do candidato oficial.

CONTRAPONTO

Quase perfeito

Leonel Brizola, líder do PDT, fez discurso defendendo a formação da Frente Trabalhista (PDT-PTB-PPS), na convenção do último domingo, em Pindamonhangaba (SP), que homologou a candidatura de Ciro Gomes (PPS) à Presidência.
Antes de iniciar a votação dos convencionais a respeito da aliança, o ex-governador leu a carta-testamento de Getúlio Vargas e revelou uma coincidência numérica. Brizola disse que a Frente Trabalhista, agora formada pelos três partidos, "demorou 22 anos" para ser fechada. Isso o levou a lembrar sua relação com o número 22.
- Eu nasci às 22h00 do dia 22 de janeiro de 1922. E comecei minha carreira política, como deputado, aos 22 anos de idade - contou o ex-governador, arrancando risos da platéia.
Um detalhe Brizola não mencionou: o número do presidenciável Ciro é 23.



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