São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2005

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Enxovalhado

- Ele tem grande responsabilidade nas costas. Conforme o andamento dos trabalhos, o Congresso sai enxovalhado ou dignificado.
Era Jefferson Perez, empossando o neopetista Delcídio Amaral na presidência da CPI, ontem nos canais de notícias, sob o olhar de reprovação de Heloísa Helena.
Foi das poucas passagens de nota na transmissão, que resultou em governistas para presidente, vice e relator.
E nas manchetes que abriram o "Jornal Nacional", de volta à cobertura agressiva:
- Escolhidos os ocupantes dos principais cargos da CPI dos Correios. O presidente é do PT. O relator é aliado do governo. A oposição diz que a CPI é chapa-branca. O governo declara que tudo será apurado.
 
Uma segunda passagem de nota, ontem na CPI, veio do tucano Arthur Virgílio, destacado na Globo News:
- Esta CPI tem que ser a CPI do não ao abafa. E o governo demonstra, e não há por que duvidar da boa fé de seus líderes, esse desejo, esse desígnio.
E depois:
- A oposição dirá não ao circo. Não jogará no espetacular, nos holofotes. Ela jogará na apuração dos fatos.
Ao que o blog E-agora, próximo dos tucanos, reagiu no texto "Cuidado, oposição!":
- A tática de ficar longe da crise para ver o circo pegar fogo é faca de dois gumes. É prudente, é bom guardar distância até para não ser salpicado. Por outro lado, é arriscada, cozinhar Lula até a campanha. Se Lula chegar ao palanque, ninguém o demove mais de nada.
 
Já o site Carta Maior, que é próximo dos petistas, avisava de uma CPI do B:
- PSDB e PFL avaliam que a comissão de ética pode funcionar como plano B, um campo paralelo ao da CPI.
Foi lá que Roberto Jefferson falou, segundo o site com "apoio da oposição". E ontem, na Folha Online, o relator pefelista da mesma comissão dizia que "deve convidar 30 pessoas para depor sobre o caso".
Mas ao que parece já existe uma segunda CPI do B, na área. Da Jovem Pan:
- A comissão de sindicância da Corregedoria decidiu convidar o ministro José Dirceu para depor, assim como os demais citados por Jefferson.
É a comissão do PP de Severino Cavalcanti.
 
Editorial lido gravemente no "Jornal da Band":
- Se a paisagem é de sujeira, a hora é de faxina. Quase ilhado, mas protegido pelo respeito da população, o presidente não deve esperar mais. Para sustentar uma oportuna ação de limpeza, ele tem a seu favor uma história de vida que o país sabe valorizar. Presidente, comece limpando o entulho que o cerca.

MEGAOPERAÇÃO

Globo/Reprodução
O megashow da PF, ontem nos telejornais

A Polícia Federal correu e, um dia após a entrevista no site da revista "IstoÉ Dinheiro", ouviu a secretária do publicitário das "malas de dinheiro".
No fim da tarde, a CBN entrou dizendo que "o delegado da PF disse que a secretária negou ter testemunhado o pagamento a parlamentares". Foi para a escalada do "Jornal da Band":
- A ex-secretária do publicitário citado por Jefferson nega que ele distribuía dinheiro.
 
Fez mais a PF. Foi destaque por todo lado, como nas manchetes do "Jornal da Record":
- Donos da Schincariol são presos sob a acusação de sonegar R$ 1 bilhão.
Na cobertura global, com cenas retumbantes desde a madrugada, "a Operação Cevada começou às quatro e meia, mais de 70 presos em 12 Estados" etc.
 
E fez mais o governo, tudo ontem. Na voz de William Bonner, no "Jornal Nacional":
- A MP do Bem beneficia vários setores.
Na cobertura, "o governo decidiu abrir mão de impostos, deixa de arrecadar R$ 1,5 bilhão, a venda de computadores fica isenta de PIS, Pasep e Cofins, este empresário disse que vai baixar preços" etc.
 
Por fim, na manchete da Folha Online:
- Copom interrompe altas e mantém juros.

Lista
Do site Carta Maior, em manchete ontem à noite:
- Movimentos sociais irão para as ruas contra o golpismo e a corrupção.
E abrindo o texto:
- CUT, MST, UNE e dezenas de outras organizações preparam mobilização nacional contra corrupção, tentativas golpistas, em defesa da reforma política e de mudanças na economia.

Para começar
Do economista Eduardo Giannetti da Fonseca, em destaque na home do UOL:
- As regras do jogo do poder no Brasil têm que ser mudadas. Eu começaria com os 25 mil cargos de confiança. Por que precisamos de tantos?
Para ele, é a "medida número zero" contra a corrupção.

@ - nelsondesa@folhasp.com.br


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