São Paulo, quarta, 16 de julho de 1997.



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Painel

Retirada tática
O governo recuou ontem na votação do FEF por medo de retaliação do PTB (que joga pesado para evitar a cassação de Pedrinho Abrão). E pela descrença de deputados e prefeitos de que um empréstimo do BID compensará as perdas dos municípios.

Mesa de negociação
O Planalto sinalizou ontem que pode fazer novo acordo para aprovar o FEF. Para cidades com mais de 20 mil habitantes, ficaria valendo a proposta de Yeda Crusius (PSDB). E municípios até 20 mil teriam as perdas zeradas.

Governo ganha tempo
Com a votação do FEF marcada para hoje, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara não trata hoje do julgamento de Pedrinho Abrão (PTB).

Margem de segurança
Além da chantagem petebista e da desconfiança sobre os R$ 600 mi do BID para compensar municípios, o governo também não se arriscou ontem por causa do quórum (477). Quer, pelo menos, o plenário com 490 deputados para tentar aprovar o FEF.

Mundo dos espertos
Para o economista Paulo Yokota, a queda da bolsa ontem, por medo dos efeitos da crise cambial no Sudeste Asiático, só confirma os riscos da globalização: "Antigamente, havia sinal verde, amarelo e vermelho. Hoje, só há sinal verde e vermelho".

Contradição verde
Autor do projeto que facilita a contratação de professores de jiu-jitsu, o verde Fernando Gabeira se empenhou e conseguiu a liberação dos passaportes de 20 lutadores havaianos que vão disputar um torneio no Rio.

Grande bolada
O PMDB ganhou em junho R$ 1 mi do fundo partidário. Há peemedebistas querendo saber como o partido gasta o dinheiro.

Bronca federal
O municipalista Welson Gasparini (PSDB) tentou ampliar com Luís Eduardo (PFL) a compensação das perdas dos municípios com o FEF ontem à tarde. Foi recebido aos gritos.

Avaliação empírica
Quem conhece a relação entre FHC e Serjão afirma que, ao criticar a política cambial de Gustavo Franco, o ministro das Comunicações pode ter vazado uma opinião que ouviu do presidente. Em inúmeras vezes, Serjão disse que fala por FHC.

Pressão aérea
Um grupo de "viúvas da TAM" foi recebido ontem por cinco oficiais da Aeronáutica. Os militares manifestaram desconforto diante de reportagens nas quais elas pedem pressa na divulgação das causas do acidente.

Jogo pesado
Há rumores de que as propostas na licitação de venda de placas de automóveis para o Detran paulista são bem menores do que os preços praticados nos últimos anos. Fala-se que os envelopes podem nem ser abertos.

Tese polêmica
Paulo Bornhausen (PFL-SC) recolhe assinaturas para emenda constitucional que convoca uma Assembléia Exclusiva Revisora, com referendo. Detalhe: uma parcela seria formada por delegados indicados pelos partidos.

Ilustre desconhecido
Pesquisa do PPB revelou que o eleitor desconhece a sigla. O partido, que mudou de nome nos últimos anos, procura marca.

Só no tribunal
O jornalista Robson Moreira, ex-funcionário da campanha de Erundina à prefeitura paulistana em 96, ganhou anteontem ação contra o PT na Justiça do Trabalho. Seu salário não foi pago.

Visita à Folha
O presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada), Nelson Pedro Rogieri, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.
Estava acompanhado do gerente de projetos, Eduardo de Alcantara Machado, e do assessor de comunicação, Crestan Portilho.

E-mail:painel@uol.com.br

TIROTEIO

De Severino Cavalcanti (PPB-PE), sobre o antropólogo Luiz Mott cobrar de Ruth Cardoso apoio ao projeto de união civil homossexual, "assim como defendeu ACM em público":
- Dona Ruth é mais que uma antropóloga, é a primeira-dama, um exemplo de mãe e de mulher para todo o país. Tenho certeza de que, nessa questão, ela está junto da quase totalidade da população, que repudia o projeto da Marta Suplicy, porque ele fere os princípios cristãos.

CONTRAPONTO

Guerra das letras

Na votação da Lei Geral das Teles, semana passada, no Senado, o líder do bloco de oposição, José Eduardo Dutra (PT-SE), disse que a proposta divergia das idéias do livro "Mãos à Obra", programa de campanha de FHC.
Depois, sacou o livro do bolso:
- Este é o meu livro de cabeceira. Leio todos os dias para conhecer as idéias do presidente.
Nesse momento, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) pediu a palavra e disparou, também puxando um livro do bolso:
- Peço licença para discordar do meu líder. O livro que melhor representa o pensamento do presidente é este: "Idéias Liberais", de Marco Maciel.
O plenário gargalhou.
Sarney (PMDB-AP) virou para ACM (PFL-BA) e perguntou, em tom de gozação:
- O Marco escreveu mesmo esse livro?
ACM deu de ombros e respondeu:
- Não sei. Se escreveu, não li.



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