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Painel
Retirada tática
O governo recuou ontem na
votação do FEF por medo de retaliação do PTB (que joga pesado
para evitar a cassação de Pedrinho Abrão). E pela descrença de
deputados e prefeitos de que um
empréstimo do BID compensará
as perdas dos municípios.
Mesa de negociação
O Planalto sinalizou ontem
que pode fazer novo acordo para
aprovar o FEF. Para cidades com
mais de 20 mil habitantes, ficaria
valendo a proposta de Yeda Crusius (PSDB). E municípios até 20
mil teriam as perdas zeradas.
Governo ganha tempo
Com a votação do FEF marcada para hoje, a Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara não trata hoje do julgamento
de Pedrinho Abrão (PTB).
Margem de segurança
Além da chantagem petebista e
da desconfiança sobre os R$ 600
mi do BID para compensar municípios, o governo também não
se arriscou ontem por causa do
quórum (477). Quer, pelo menos, o plenário com 490 deputados para tentar aprovar o FEF.
Mundo dos espertos
Para o economista Paulo Yokota, a queda da bolsa ontem,
por medo dos efeitos da crise
cambial no Sudeste Asiático, só
confirma os riscos da globalização: "Antigamente, havia sinal
verde, amarelo e vermelho. Hoje, só há sinal verde e vermelho".
Contradição verde
Autor do projeto que facilita a
contratação de professores de
jiu-jitsu, o verde Fernando Gabeira se empenhou e conseguiu a
liberação dos passaportes de 20
lutadores havaianos que vão disputar um torneio no Rio.
Grande bolada
O PMDB ganhou em junho R$
1 mi do fundo partidário. Há
peemedebistas querendo saber
como o partido gasta o dinheiro.
Bronca federal
O municipalista Welson Gasparini (PSDB) tentou ampliar
com Luís Eduardo (PFL) a compensação das perdas dos municípios com o FEF ontem à tarde.
Foi recebido aos gritos.
Avaliação empírica
Quem conhece a relação entre
FHC e Serjão afirma que, ao criticar a política cambial de Gustavo Franco, o ministro das Comunicações pode ter vazado
uma opinião que ouviu do presidente. Em inúmeras vezes, Serjão disse que fala por FHC.
Pressão aérea
Um grupo de "viúvas da
TAM" foi recebido ontem por
cinco oficiais da Aeronáutica. Os
militares manifestaram desconforto diante de reportagens nas
quais elas pedem pressa na divulgação das causas do acidente.
Jogo pesado
Há rumores de que as propostas na licitação de venda de placas de automóveis para o Detran
paulista são bem menores do
que os preços praticados nos últimos anos. Fala-se que os envelopes podem nem ser abertos.
Tese polêmica
Paulo Bornhausen (PFL-SC)
recolhe assinaturas para emenda
constitucional que convoca uma
Assembléia Exclusiva Revisora,
com referendo. Detalhe: uma
parcela seria formada por delegados indicados pelos partidos.
Ilustre desconhecido
Pesquisa do PPB revelou que o
eleitor desconhece a sigla. O partido, que mudou de nome nos
últimos anos, procura marca.
Só no tribunal
O jornalista Robson Moreira,
ex-funcionário da campanha de
Erundina à prefeitura paulistana
em 96, ganhou anteontem ação
contra o PT na Justiça do Trabalho. Seu salário não foi pago.
Visita à Folha
O presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades
Fechadas de Previdência Privada), Nelson Pedro Rogieri, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.
Estava acompanhado do gerente de projetos, Eduardo de
Alcantara Machado, e do assessor de comunicação, Crestan
Portilho.
E-mail:painel@uol.com.br
TIROTEIO
De Severino Cavalcanti
(PPB-PE), sobre o antropólogo
Luiz Mott cobrar de Ruth Cardoso apoio ao projeto de união civil
homossexual, "assim como defendeu ACM em público":
- Dona Ruth é mais que uma
antropóloga, é a primeira-dama,
um exemplo de mãe e de mulher
para todo o país. Tenho certeza
de que, nessa questão, ela está
junto da quase totalidade da população, que repudia o projeto
da Marta Suplicy, porque ele fere
os princípios cristãos.
CONTRAPONTO
Guerra das letras
Na votação da Lei Geral das
Teles, semana passada, no Senado, o líder do bloco de oposição,
José Eduardo Dutra (PT-SE),
disse que a proposta divergia das
idéias do livro "Mãos à Obra",
programa de campanha de FHC.
Depois, sacou o livro do bolso:
- Este é o meu livro de cabeceira. Leio todos os dias para conhecer as idéias do presidente.
Nesse momento, o senador
Antonio Carlos Valadares
(PSB-SE) pediu a palavra e disparou, também puxando um livro do bolso:
- Peço licença para discordar
do meu líder. O livro que melhor
representa o pensamento do
presidente é este: "Idéias Liberais", de Marco Maciel.
O plenário gargalhou.
Sarney (PMDB-AP) virou para
ACM (PFL-BA) e perguntou, em
tom de gozação:
- O Marco escreveu mesmo
esse livro?
ACM deu de ombros e respondeu:
- Não sei. Se escreveu, não li.
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