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São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2003

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PROPINODUTO

Dólares iam pelo DBTC

Réu diz como dinheiro era enviado para Suíça

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

Um depoimento à Justiça Federal revelou ontem como supostamente funcionava o esquema de envio ilegal de dólares para o exterior, envolvendo fiscais estaduais e auditores da Receita Federal.
O réu Marcelo Fernandes Mesquita, que trabalhou 11 anos na Passabra Turismo e Câmbio, dos empresários Alexandre Martins e Reinaldo Pitta, disse que o grupo usava a firma para enviar o dinheiro a bancos na Suíça. Pelo menos US$ 33,4 milhões foram parar ilegalmente naquele país.
Ele citou os auditores Amaury Franklin Nogueira Filho, Roberto Cavallieri Vommaro, Heraldo Braga e Axel Ripoll Hamer e o fiscal Júlio César Nogueira.
O réu disse que o grupo deixava o dinheiro com Pitta, que o guardava no Banco Mercantil do Brasil S.A. O dinheiro seria enviado à Suíça pelo DBTC (Discount Bank and Trust Company, hoje Union Bancaire Privée). "Está praticamente comprovado tudo o que colocamos na denúncia", disse o procurador Gino Liccione.
Os advogados dos acusados minimizaram a importância do depoimento. Para José Carlos Tórtima, que defende o auditor Sérgio Lacome de Lucena, as declarações de Mesquita foram "como chover no molhado": "Meu cliente já confessou ter uma conta na Suíça". Paulo Ramalho, que advoga para Hélio Ramos, disse que não falaria sobre o depoimento por considerá-lo inexistente. O advogado Manuel de Jesus Soares, que defende Axel Rippol, afirmou que Mesquita é "um insano mental".


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