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PROPINODUTO
Dólares iam pelo DBTC
Réu diz como dinheiro era enviado para Suíça
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
Um depoimento à Justiça Federal revelou ontem como supostamente funcionava o esquema de
envio ilegal de dólares para o exterior, envolvendo fiscais estaduais
e auditores da Receita Federal.
O réu Marcelo Fernandes Mesquita, que trabalhou 11 anos na
Passabra Turismo e Câmbio, dos
empresários Alexandre Martins e
Reinaldo Pitta, disse que o grupo
usava a firma para enviar o dinheiro a bancos na Suíça. Pelo
menos US$ 33,4 milhões foram
parar ilegalmente naquele país.
Ele citou os auditores Amaury
Franklin Nogueira Filho, Roberto
Cavallieri Vommaro, Heraldo
Braga e Axel Ripoll Hamer e o fiscal Júlio César Nogueira.
O réu disse que o grupo deixava
o dinheiro com Pitta, que o guardava no Banco Mercantil do Brasil S.A. O dinheiro seria enviado à
Suíça pelo DBTC (Discount Bank
and Trust Company, hoje Union
Bancaire Privée). "Está praticamente comprovado tudo o que
colocamos na denúncia", disse o
procurador Gino Liccione.
Os advogados dos acusados minimizaram a importância do depoimento. Para José Carlos Tórtima, que defende o auditor Sérgio
Lacome de Lucena, as declarações
de Mesquita foram "como chover
no molhado": "Meu cliente já
confessou ter uma conta na Suíça". Paulo Ramalho, que advoga
para Hélio Ramos, disse que não
falaria sobre o depoimento por
considerá-lo inexistente. O advogado Manuel de Jesus Soares, que
defende Axel Rippol, afirmou que
Mesquita é "um insano mental".
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