São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Petista pede cassação de líder do PFL na Câmara

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

O deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF) protocolou ontem um pedido de cassação do líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), por quebra de decoro parlamentar. Maia divulgou um levantamento que lança suspeitas sobre assessores e familiares de deputados petistas que estiveram na única agência do Banco Rural em Brasília, entre 2003 e 2004.
A denúncia, veiculada pelo "Jornal Nacional", cita familiares e funcionários dos gabinetes de deputados que teriam passado pela agência bancária, além do deputado Josias Gomes (PT-BA). Segundo o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o suposto "mensalão" era pago nessa agência.
Segundo Maia, em alguns dos dias em que ocorreram as visitas, o Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) registrou saques de até R$ 200 mil de contas de empresas do publicitário Marcos Valério, acusado de ser o "operador" do "mensalão".
Ontem, o próprio Maia admitiu que no cruzamento dos dados também aparecem os nomes de duas pessoas ligadas a ele. O motorista Antonio de Souza Filho, que trabalha para o pefelista, esteve na agência bancária 14 vezes entre 2003 e 2005. As datas também coincidem com saques -de R$ 150 mil e R$ 437 mil- nas contas das empresas de Valério.
Outro nome que aparece na listagem é o de Jairo Antonio Gomes, assessor de Maia, que esteve no banco duas vezes.
Maia afirmou que os assessores foram ao banco para pagar contas de postos de gasolina que ele utiliza no Rio de Janeiro. Disse também que enviou um ofício à CPI dos Correios comunicando o fato.
A representação de Seixas contra Maia foi entregue à Mesa Diretora da Câmara, que encaminhará o processo à Corregedoria da Casa. Esse órgão decidirá pelo arquivamento ou pelo envio do caso ao Conselho de Ética, que pode dar parecer pela perda do mandato. "Entrei com a representação para que o caso seja esclarecido. Isso está virando histeria política, onde vamos parar? Houve abuso da prerrogativa de parlamentar. Foi uma profunda leviandade e só a perda do mandato há de reparar esse erro", disse Seixas, que disse ter enviado à CPI dos Correios cópia do canhoto do cheque que sua assessora foi sacar no banco na data apontada.
Todos os parlamentares petistas citados negam irregularidades.
Afirmam ainda que em ao menos em três dos nove casos relacionados por Maia os dados não conferem. A assessoria dele reconheceu que não checou os nomes para conferir, por exemplo, se eles eram homônimos.


Texto Anterior: Dirceu deve prestar depoimento em agosto
Próximo Texto: Gushiken se oferece para falar à CPI dos Correios
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.