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Petista pede cassação de líder do PFL na Câmara
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
O deputado Sigmaringa Seixas
(PT-DF) protocolou ontem um
pedido de cassação do líder do
PFL na Câmara, Rodrigo Maia
(RJ), por quebra de decoro parlamentar. Maia divulgou um levantamento que lança suspeitas sobre assessores e familiares de deputados petistas que estiveram na
única agência do Banco Rural em
Brasília, entre 2003 e 2004.
A denúncia, veiculada pelo
"Jornal Nacional", cita familiares
e funcionários dos gabinetes de
deputados que teriam passado
pela agência bancária, além do
deputado Josias Gomes (PT-BA).
Segundo o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o suposto "mensalão" era pago nessa agência.
Segundo Maia, em alguns dos
dias em que ocorreram as visitas,
o Coaf (Conselho de Controle das
Atividades Financeiras) registrou
saques de até R$ 200 mil de contas
de empresas do publicitário Marcos Valério, acusado de ser o
"operador" do "mensalão".
Ontem, o próprio Maia admitiu
que no cruzamento dos dados
também aparecem os nomes de
duas pessoas ligadas a ele. O motorista Antonio de Souza Filho,
que trabalha para o pefelista, esteve na agência bancária 14 vezes
entre 2003 e 2005. As datas também coincidem com saques -de
R$ 150 mil e R$ 437 mil- nas
contas das empresas de Valério.
Outro nome que aparece na listagem é o de Jairo Antonio Gomes, assessor de Maia, que esteve
no banco duas vezes.
Maia afirmou que os assessores
foram ao banco para pagar contas
de postos de gasolina que ele utiliza no Rio de Janeiro. Disse também que enviou um ofício à CPI
dos Correios comunicando o fato.
A representação de Seixas contra Maia foi entregue à Mesa Diretora da Câmara, que encaminhará
o processo à Corregedoria da Casa. Esse órgão decidirá pelo arquivamento ou pelo envio do caso ao
Conselho de Ética, que pode dar
parecer pela perda do mandato.
"Entrei com a representação para
que o caso seja esclarecido. Isso
está virando histeria política, onde vamos parar? Houve abuso da
prerrogativa de parlamentar. Foi
uma profunda leviandade e só a
perda do mandato há de reparar
esse erro", disse Seixas, que disse
ter enviado à CPI dos Correios cópia do canhoto do cheque que sua
assessora foi sacar no banco na
data apontada.
Todos os parlamentares petistas
citados negam irregularidades.
Afirmam ainda que em ao menos em três dos nove casos relacionados por Maia os dados não
conferem. A assessoria dele reconheceu que não checou os nomes
para conferir, por exemplo, se eles
eram homônimos.
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