da Sucursal de Brasília


Candidatos a governador aliados do presidente Fernando Henrique Cardoso estão pressionando o comando da campanha para que sejam definidos os palanques preferenciais do presidente-candidato nos Estados onde há disputa entre os partidos que integram a coligação nacional.
Depois de uma peregrinação de candidatos tucanos, ontem foram os peemedebistas que passaram pelo comitê eleitoral de FHC. O assunto era o mesmo: a divisão do palanque de FHC nos Estados.
Em apenas nove Estados, o presidente-candidato tem palanques harmônicos ou já definiu quem são seus aliados preferenciais.
Os peemedebistas Jarbas Vasconcelos, candidato ao governo de Pernambuco, e Iris Rezende, candidato ao governo de Goiás, se reuniram com o coordenador político da campanha de FHC, Euclides Scalco.
No dia anterior, os tucanos Carlos Wilson (PE) e Marconi Perillo (GO) estiveram com Scalco. Eles ameaçam recorrer à Justiça para evitar que FHC participe da campanha do PMDB.
"Eu não levo isso a sério. O presidente sabe quem tem votos para lhe dar em Goiás e em Pernambuco", disse o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), depois de uma reunião ontem com FHC, da qual também participou o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
Prejuízo
Jarbas Vasconcelos disse que os tucanos não precisam recorrer à Justiça para evitar que o presidente-candidato participe da campanha dos candidatos do PMDB.
"Não vou forçar o presidente a passar pelo constrangimento de escolher entre o meu palanque e o do candidato tucano", disse.
Embora o PMDB não participe oficialmente da coligação de FHC, Jarbas e Iris integram a ala governista do partido, que defendeu o apoio à reeleição do presidente. FHC vai começar oficialmente a sua campanha no palanque de Antônio Britto (PMDB), candidato à reeleição no Rio Grande do Sul.
Os tucanos estão reagindo ao apoio de FHC aos candidatos do PMDB em Estados em que o PSDB está em situação de desvantagem nas pesquisas de intenção de votos. Em Goiás, em Pernambuco e no Distrito Federal os candidatos do PMDB lideram as pesquisas.
A Lei Eleitoral proíbe que pessoas filiadas a outros partidos participem do programa eleitoral de candidatos de outros partidos ou de outras coligações. (LUIZA DAMÉ)


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