São Paulo, quarta-feira, 16 de agosto de 2000


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RUMO A 2002
Posição de Covas em relação à coligação com o PFL, que ele atribui somente a FHC, destoa de articulações que vêm sendo feitas pela cúpula do PSDB
Covas diverge de tucanos sobre aliança

ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador Mário Covas descartou a aliança PSDB-PFL para a sucessão presidencial em 2002 e ainda provocou: a atual aliança do PFL é com Fernando Henrique Cardoso, não com o PSDB.
Essa posição do governo destoa de tudo o que o comando tucano e o governador Tasso Jereissati (CE) têm dito e articulado. Todos eles, ao contrário de Covas, defendem a manutenção da aliança.
No programa "Roda Viva", da TV Cultura, segunda-feira, Covas não disse explicitamente, mas deixou claro que a sucessão passa por São Paulo, o que significa passar por ele. E só deixou uma opção para FHC: apoiar o candidato tucano, quem quer que seja.
O perfil ideal para esse candidato, segundo Covas, é de um social-democrata. Tradução: alguém com viés nacionalista e estimulador do papel regulador do Estado.
Esse perfil exclui o ministro Pedro Malan (Fazenda), considerado liberal, e pode se encaixar em José Serra (Saúde) e até em Tasso Jereissati. Mas se encaixa principalmente no próprio Covas.
Apesar disso, Covas repetiu o ritual que se impôs desde a campanha para a reeleição ao governo do Estado: insistiu todo o tempo que não será candidato à vaga de FHC. Nem a ela, aliás, nem a nenhum outro cargo. Mas com a ressalva de que está com boa saúde e continuará fazendo política.
Durante todo o programa, Covas evitou críticas diretas a FHC e descarregou seu crescente desconforto com o governo federal em Malan e principalmente no secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, a quem acusa de ter "enterrado" a reforma tributária.
Cauteloso em relação às denúncias contra o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas, o governador disse que mal o conhecia, mas que pelo que tinha lido nos jornais não havia nenhuma prova contra ele.
Sobre a eleição em São Paulo, Covas disse a única coisa possível: que Geraldo Alckmin vai repetir sua trajetória em 1998, saindo do quarto lugar (com 4% nas pesquisas) e ganhando na reta final.
O momento mais tenso foi quando Covas falou sobre a morte de uma filha aos 19 anos e o medo e a solidão que sentiu quando se tratou de um câncer, em 99.
No resto do tempo, tentou ser bem-humorado e irônico. Num dos intervalos, contou: "A Lila (sua mulher) me proibiu de brigar com vocês (os jornalistas)".


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