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RUMO A 2002
Posição de Covas em relação à coligação com o PFL, que ele atribui somente a FHC, destoa de articulações que vêm sendo feitas pela cúpula do PSDB
Covas diverge de tucanos sobre aliança
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador Mário Covas descartou a aliança PSDB-PFL para a
sucessão presidencial em 2002 e
ainda provocou: a atual aliança do
PFL é com Fernando Henrique
Cardoso, não com o PSDB.
Essa posição do governo destoa
de tudo o que o comando tucano
e o governador Tasso Jereissati
(CE) têm dito e articulado. Todos
eles, ao contrário de Covas, defendem a manutenção da aliança.
No programa "Roda Viva", da
TV Cultura, segunda-feira, Covas
não disse explicitamente, mas
deixou claro que a sucessão passa
por São Paulo, o que significa passar por ele. E só deixou uma opção para FHC: apoiar o candidato
tucano, quem quer que seja.
O perfil ideal para esse candidato, segundo Covas, é de um social-democrata. Tradução: alguém
com viés nacionalista e estimulador do papel regulador do Estado.
Esse perfil exclui o ministro Pedro Malan (Fazenda), considerado liberal, e pode se encaixar em
José Serra (Saúde) e até em Tasso
Jereissati. Mas se encaixa principalmente no próprio Covas.
Apesar disso, Covas repetiu o ritual que se impôs desde a campanha para a reeleição ao governo
do Estado: insistiu todo o tempo
que não será candidato à vaga de
FHC. Nem a ela, aliás, nem a nenhum outro cargo. Mas com a
ressalva de que está com boa saúde e continuará fazendo política.
Durante todo o programa, Covas evitou críticas diretas a FHC e
descarregou seu crescente desconforto com o governo federal
em Malan e principalmente no secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, a quem acusa de ter
"enterrado" a reforma tributária.
Cauteloso em relação às denúncias contra o ex-secretário-geral
da Presidência Eduardo Jorge
Caldas, o governador disse que
mal o conhecia, mas que pelo que
tinha lido nos jornais não havia
nenhuma prova contra ele.
Sobre a eleição em São Paulo,
Covas disse a única coisa possível:
que Geraldo Alckmin vai repetir
sua trajetória em 1998, saindo do
quarto lugar (com 4% nas pesquisas) e ganhando na reta final.
O momento mais tenso foi
quando Covas falou sobre a morte de uma filha aos 19 anos e o medo e a solidão que sentiu quando
se tratou de um câncer, em 99.
No resto do tempo, tentou ser
bem-humorado e irônico. Num
dos intervalos, contou: "A Lila
(sua mulher) me proibiu de brigar com vocês (os jornalistas)".
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