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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003

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CASO CC5

Sílvio Marques investiga remessas de dinheiro

Promotor vê relação entre obras superfaturadas e contas nos EUA

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em depoimento à CPI do Banestado, o promotor estadual paulista Sílvio Marques revelou supostos elos entre o dinheiro desviado de obras superfaturadas da Prefeitura de São Paulo, objeto de sua investigação, e contas bancárias no sistema financeiro dos Estados Unidos que teriam sido utilizadas em operações de lavagem de dinheiro.
Os desvios investigados por Marques teriam ocorrido nas gestões dos ex-prefeitos Paulo Maluf (1993-1996) e Celso Pitta (1997-2000), na construção do túnel Ayrton Senna e da avenida Água Espraiada, ambos na zona sul.
"Estão demonstradas as ligações entre o superfaturamento de obras em São Paulo e o esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro do Banestado", disse o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), presidente da CPI.
Em junho de 2001, a Folha revelou que as autoridades de Jersey, um paraíso fiscal no canal da Mancha, haviam bloqueado pelo menos US$ 200 milhões lá depositados em nome de Maluf e de seus familiares. Em agosto do mesmo ano, as autoridades de combate à lavagem de dinheiro da Suíça informaram às autoridades brasileiras que Maluf manteve uma conta no Citibank de Genebra de 1985 a 1997, quando o dinheiro foi transferido para Jersey. Paulo Maluf sempre negou possuir contas em paraísos fiscais no exterior.
Na CPI, Marques afirmou que o dinheiro que saiu do Brasil por meio de contas CC5 passou pelo Banestado de Nova York e de lá foi para a conta Campari, no banco MTB, que supostamente pertenceria a Maluf. Dessa conta o dinheiro seguiu para Genebra.
Há uma forte pressão na CPI para que o ex-prefeito seja convocado a depor, mas o pedido não foi votado a pedido do relator da comissão, deputado José Mentor (PT-SP). "Já temos um cronograma definido até o dia 29 de agosto, quando os integrantes da CPI voltarão da viagem a Nova York", declarou o deputado petista.


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