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CASO CC5
Sílvio Marques investiga remessas de dinheiro
Promotor vê relação entre obras superfaturadas e contas nos EUA
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em depoimento à CPI do Banestado, o promotor estadual
paulista Sílvio Marques revelou
supostos elos entre o dinheiro
desviado de obras superfaturadas
da Prefeitura de São Paulo, objeto
de sua investigação, e contas bancárias no sistema financeiro dos
Estados Unidos que teriam sido
utilizadas em operações de lavagem de dinheiro.
Os desvios investigados por
Marques teriam ocorrido nas gestões dos ex-prefeitos Paulo Maluf
(1993-1996) e Celso Pitta (1997-2000), na construção do túnel
Ayrton Senna e da avenida Água
Espraiada, ambos na zona sul.
"Estão demonstradas as ligações entre o superfaturamento de
obras em São Paulo e o esquema
de evasão de divisas e lavagem de
dinheiro do Banestado", disse o
senador Antero Paes de Barros
(PSDB-MT), presidente da CPI.
Em junho de 2001, a Folha revelou que as autoridades de Jersey,
um paraíso fiscal no canal da
Mancha, haviam bloqueado pelo
menos US$ 200 milhões lá depositados em nome de Maluf e de seus
familiares. Em agosto do mesmo
ano, as autoridades de combate à
lavagem de dinheiro da Suíça informaram às autoridades brasileiras que Maluf manteve uma conta
no Citibank de Genebra de 1985 a
1997, quando o dinheiro foi transferido para Jersey. Paulo Maluf
sempre negou possuir contas em
paraísos fiscais no exterior.
Na CPI, Marques afirmou que o
dinheiro que saiu do Brasil por
meio de contas CC5 passou pelo
Banestado de Nova York e de lá
foi para a conta Campari, no banco MTB, que supostamente pertenceria a Maluf. Dessa conta o dinheiro seguiu para Genebra.
Há uma forte pressão na CPI
para que o ex-prefeito seja convocado a depor, mas o pedido não
foi votado a pedido do relator da
comissão, deputado José Mentor
(PT-SP). "Já temos um cronograma definido até o dia 29 de agosto,
quando os integrantes da CPI voltarão da viagem a Nova York",
declarou o deputado petista.
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