São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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Bittar evita locais sem representante

DA SUCURSAL DO RIO

Candidato do PT à Prefeitura do Rio, o deputado federal Jorge Bittar evita a favelas em que o partido não tem representantes, disse à Folha o assessor Celso Caseiro, coordenador da militância petista na campanha.
É uma questão de segurança. Sem a preparação prévia da visita, Bittar corre o risco de ficar exposto às quadrilhas de traficantes que controlam as favelas cariocas. Quem ajuda na negociação são os chamados representantes: "Pessoas com candidaturas a vereador, geralmente, lideranças comunitárias ligadas ao partido", descreve caseiro.
A situação é abordada de modo discreto por ele, indicado pela direção da campanha para falar.
Ele diz que, com a proximidade da eleição, mesmo que não tenha um representante, Bittar terá de investir nas favelas maiores, onde, em tese, a concentração do comércio permitiria uma panfletagem nos horários de maior movimento. Caseiro concedeu a entrevista na manhã de quinta-feira. (ST)

 

Folha - Qual o procedimento da organização da campanha do candidato Bittar em relação às favelas dominadas pelo tráfico?
Celso Caseiro -
Só trabalhamos em comunidades onde temos representante. Onde não temos, não estamos indo.

Folha - Por quê?
Caseiro -
É uma questão que exige a presença de uma pessoa conhecida, um representante.

Folha - Quem são esses representantes?
Caseiro -
Pessoas com candidaturas a vereador, geralmente, lideranças comunitárias ligadas ao partido.

Folha - Qual a antecedência desses contatos?
Caseiro -
A agenda costuma ser preparada no início da semana para todos os eventos. A partir daí, começam os preparativos. Às vezes até com mais de uma semana [de antecedência].

Folha - Como fazer para não prejudicar a campanha, já que nas favelas vivem milhares de eleitores?
Caseiro -
Estamos trabalhando showmícios, com palanques instalados nas comunidade, na noite de sexta-feira, nos fins de semana.
Há lugares importantes [nas favelas] para a campanha, como o Jacarezinho [favela no Jacaré, zona norte], a Rocinha [São Conrado, zona sul] e a Nova Brasília [favela no complexo do Alemão, na zona norte]. Pretendemos percorrê-los, mesmo que seja só nas áreas mais comerciais.


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