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Senado "cria caso" ao investigar Renan, afirma presidente
Para Lula, documentos de defesa do senador não são aceitos; ele não vê atrasos nas votações e nega articular eventual sucessão
"Nossa relação é mais que política; é pessoal", comenta presidente do Senado, após encontrar-se com o petista em almoço no Itamaraty
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou ontem a
crise em torno de Renan Calheiros (PMDB-AL), dizendo
que o prolongamento da história só interessa a quem quer
"criar caso". Segundo Lula, o
Senado poderia ter resolvido
tudo "em uma semana".
"Isso é um assunto que o Senado poderia ter resolvido em
uma semana. Não sei por que
não resolveram. É o típico caso
de gente que acha que, quanto
pior, melhor", declarou.
Lula e o presidente do Senado se encontraram ontem durante almoço realizado pelo
Itamaraty em homenagem ao
presidente do Benin, Yayi Boni.
Os dois conversaram de forma
descontraída por segundos.
Indagado sobre eventual
substituição do senador no cargo, Lula disse que "isso é um
problema do Senado" e negou
que o governo esteja "se mexendo" nos bastidores. Lula resumiu a situação atual da seguinte maneira: "Estou vendo
pela imprensa que o Renan
apresenta documentos em sua
defesa e não aceitam".
Minutos depois, em conversa
com jornalistas, Lula disse que
o ritmo de votações do Senado
não tem prejudicado o governo.
"O Senado está votando tudo,
votou um monte de coisas na
semana passada."
Segundo a presidência do Senado, foram 207 projetos votados e 191 aprovados. DEM e
PSDB anunciaram nesta semana que irão obstruir a pauta de
votação enquanto Renan estiver presidindo a Casa.
"O presidente já fez isso
umas quatro ou cinco vezes.
Nossa relação é mais do que política, é uma relação pessoal.
Ele deixou claro que não tem
compromisso com o erro. Se
houve erro de minha parte, ele
não está obrigado a me defender, ele não tem compromisso
com o erro", afirmou Renan, ao
voltar ao Congresso.
O peemedebista disse ser
"um homem como outro qualquer, sujeito a erros, a defeitos,
a pecados". E acrescentou:
"Mas, diante deles, me comporto com dignidade e altivez".
Pouco antes do almoço, o senador disse que, "depois de 80
dias de crise", está ficando
"com o couro mais resistente."
Como presidente do Senado,
Renan pode ter papel importante no projeto que mais assusta o governo neste momento: o da renovação da CPMF.
O petista já o havia defendido
em outras ocasiões. Na semana
passada, disse que "já está na
hora" de o caso chegar ao fim.
Renan responde a três representações no Senado.
À noite, sem citar Renan, Lula criticou a imprensa. "Acho
desagradável quando alguém é
execrado na primeira página do
jornal sem ter feito a apuração
correta, apenas porque alguém
foi lá e achou que é."
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