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Tucanos querem manter contribuição, mas pressionam União por concessões
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo condiciona o apoio à prorrogação
da CPMF -o "imposto do cheque"- ao atendimento de três
reivindicações. O secretário de
Fazenda, Mauro Ricardo Costa,
disse ontem que o governo
"aceita discutir" a manutenção
da CPMF, desde que o governo
federal concorde com a ampliação da participação dos Estados
e municípios na receita da Cide,
o imposto sobre o combustível.
"O assunto CPMF está entregue às bancadas do partido na
Câmara e no Senado. Elas vão
decidir como encaminhar corretamente o assunto e terão
nosso apoio. Continuo defendendo a participação de Estados e municípios na CPMF ou
sua ampliação na Cide, bem como a eliminação dos PIS-Cofins sobre saneamento", disse o
governador José Serra (PSDB).
Pela proposta, a receita compartilhada passaria de 29% para 46%. Com a isenção de PIS/
Cofins, a Sabesp (empresa estadual de saneamento) deduziria
R$ 1 bilhão por ano em contribuição devida.
O governo também pleiteia a
fixação de limites para gastos
com precatórios.
"Não queremos discutir só
assuntos de interesse do governo federal. Vamos discutir o
que interessa aos Estados e
municípios também", disse
Mauro Ricardo.
O líder do PSDB na Câmara,
Antônio Carlos Pannunzio
(SP), admite que a proposta de
partilha de CPMF "é um instrumento de pressão".
"O governo pode apresentar
uma contraproposta, como a
desoneração da PIS/Cofins.
Temos que jogar com o que temos na mão", resumiu.
Serra manifestou ao líder
preocupação com a hipótese de
o PSDB pregar a extinção da
CPMF: "Temos governos estaduais e perspectiva de poder na
República", disse Pannunzio.
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse ontem,
após encontro com empresários em São Paulo, que a contribuição deve ser mantida, mas
vê espaço para a partilha. "Não
acho que seja possível, simplesmente, você acabar amanhã
com a CPMF." Aécio defende
uma alíquota de 0,20%, com repartição do valor em 20% para
Estados e 10% a municípios.
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