São Paulo, sábado, 16 de setembro de 2000

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SÃO PAULO
Idéia visa eventual apoio a Alckmin no 2º turno
PFL, com ajuda do Planalto, arma estratégia para sustentar Tuma

SANDRA BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL

O PFL nacional montou uma estratégia que incluiu o Palácio do Planalto para evitar que a candidatura de senador Romeu Tuma à Prefeitura de São Paulo naufrague antes do primeiro turno e os votos dele eventualmente migrem para o candidato do PPB, Paulo Maluf.
Caciques do PFL, como os presidentes do Senado, Antônio Carlos Magalhães (BA), e do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), preferem que Tuma se mantenha no páreo dividindo o eleitorado mais conservador com Maluf.
Com isso, em vez de Maluf, os líderes pefelistas acreditam estar ajudando o tucano Geraldo Alckmin, que tem mais chances do que Tuma de chegar ao segundo turno contra Marta Suplicy (PT).
No início desta semana, a cúpula do PFL decidiu dar impulso à candidatura de Tuma, esperando que ele tenha cerca de 10% dos votos em 1º de outubro. Segundo assessores de Tuma, Bornhausen teria acenado inclusive com a possibilidade a ajuda financeira. A assessoria de Bornhausen nega.
Procurados pela Folha, ACM e Bornhausen não telefonaram de volta até a conclusão desta edição.
Para o PFL nacional, interessa ajudar Alckmin a passar para o segundo turno e credenciar Tuma para ser um aliado importante do tucano no dia 29 de outubro.
A cúpula do PFL decidiu evitar que os ataques de Tuma a Alckmin inviabilizassem uma possível aliança no segundo turno. A Folha apurou que a estratégia do pefelista teve a ajuda do Planalto.
Na noite de segunda-feira, Bornhausen se reuniu com o secretário-geral da Presidência, o tucano paulista Aloysio Nunes Ferreira, para falar entre outras coisas das eleições municipais em São Paulo.
Na terça, Tuma chegou a Brasília desanimado com pesquisas que o afastavam do segundo turno. Preocupado com isso, Bornhausen articulou com o Planalto um encontro de Tuma com o presidente Fernando Henrique Cardoso, ocorrido na tarde de quarta.
FHC convidou Tuma para "tomar um café" no Planalto. O presidente confirmou por meio de sua assessoria que conversou com Tuma sobre a sucessão paulistana. FHC teria dito a Tuma que seria bom que aliados do governo federal não se atacassem mutuamente porque uns podem precisar dos outros no segundo turno.
A assessoria de Tuma nega que FHC tenha pedido a ele que não atacasse Alckmin. No fim-de-semana passado, o tucano já havia desistido de ações contra Tuma na Justiça Eleitoral. Até a conclusão desta edição, Tuma não havia telefonado de volta para a Folha.


Colaboraram Marcelo Soares, da Redação, e Raquel Ulhôa, da Sucursal de Brasília

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