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GUERRA NA AMÉRICA
Partido critica eventual ataque a civis que seria feito pelos EUA em retaliação ao atentado da última terça
PT critica terror, mas é contra ação militar
DA REPORTAGEM LOCAL
Lideranças petistas se posicionaram contra uma possível retaliação do governo dos EUA ao
Afeganistão, pelo fato de o país
asiático abrigar o suspeito principal dos atos terroristas em Nova
York e Washington, o milionário
saudita Osama bin Laden.
O ataque aos EUA e a reação
norte-americana também estão
na pauta da reunião de hoje para
discutir as eleições no partido, às
17h, em São Paulo. "Sabemos nosso tamanho", diz o presidente interino do PT, José Genoino, referindo-se ao partido. "O que podemos fazer é tentar sensibilizar a
opinião pública para o perigo do
"olho por olho, dente por dente"."
"Os responsáveis têm de ser punidos, mas dentro do Estado de
direito. Não pode haver escalada
militarista nem agressão gratuita
aos civis", afirma Genoino.
Segundo o deputado, representante das alas moderadas do partido, deverá haver pressão internacional contra o Afeganistão para que entregue Bin Laden, caso
seja comprovado que ele patrocinou os atos terroristas.
Para Genoino, posições sectárias e arrogantes adotadas pelos
norte-americanos acabam contribuindo para a disseminação da
"cultura do vale-tudo", que desemboca em atos de agressão.
Ele citou como exemplo de sectarismo a retirada dos EUA da
Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o
Racismo em Durban (África do
Sul). "Expressamos total solidariedade ao povo norte-americano, mas os EUA precisam fazer
uma profunda reflexão sobre seu
posicionamento internacional."
Um dos principais nomes da
"esquerda" petista, o deputado federal Milton Temer (RJ) também
condena os atos de agressão aos
EUA, mas afirma que eles são em
alguma medida "explicáveis".
"O terrorismo se forma num
caldo de cultura pelo qual os norte-americanos têm muita responsabilidade, em razão de ter acobertado atos de igual gravidade
no mundo nas últimas décadas",
afirma Temer. Ele cita o apoio
norte-americano a regimes ditatoriais na América Latina e África
como exemplos.
"Não se combate terrorismo advindo do fanatismo com terrorismo de Estado, traduzido em
bombardeios a populações islâmicas", disse Temer. O deputado
disse que o Brasil não deve apoiar
retaliações levadas adiante pelos
EUA contra outros Estados.
Já o provável candidato presidencial do partido, Luiz Inácio
Lula da Silva, declarou que não faz
sentido uma retaliação em grande
escala. "Ao que tudo indica, não
foi um ato [de agressão] de Estado
contra Estado, mas de aloprados,
doentes", declarou.
Para ele, os EUA, por serem a
nação mais poderosa do mundo,
acabam tendo muitos amigos e
inimigos. "Tudo que os americanos fazem afeta o mundo, o que
provoca reações em contrário."
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