São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2001

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Presidente condena espionagem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso condenou pela primeira vez os casos de espionagem do Exército revelados pela Folha. Classificou o fato de "ato de estupidez de alguns" e de "anacronismo inaceitável".
FHC, porém, defendeu as Forças Armadas ao falar sobre os documentos oficiais do Exército que definem movimentos sociais como "forças adversas" e que admitem "arranhar direitos dos cidadãos" e até eliminar militantes de tais organizações.
"Não se pode confundir a instituição com ações de uma minoria. Nenhum governo do mundo consegue controlar todos os atos de seu Exército", disse FHC. Segundo ele, as Forças Armadas estão "punindo os abusos".
"Duvido que outro período de oito anos da história do Brasil tenha sido tão democratizador quanto o meu governo, que resgatou a dignidade de desaparecidos políticos e criou o Ministério da Defesa, dirigido por um civil."
O presidente também criticou o que chamou de "abuso de poder de quem cumpriu as ordens do juiz". FHC se referiu à acusação de que os procuradores teriam exorbitado ao apreender documentos do Exército mediante determinação da Justiça.
Para o governo e as Forças Armadas, o Ministério Público teria ordem para retirar do escritório de inteligência do Exército de Marabá (PA) apenas papéis sobre uma investigação a respeito da guerrilha do Araguaia, que ocorreu no sul do Pará nos anos 70.
Os procuradores negam a divulgação. E dizem que a ordem do juiz permitia que fossem apreendidos documentos a respeito de todas as investigações do Exército no sul do Pará. (KA)



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