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Presidente condena espionagem
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso condenou pela primeira vez os casos de espionagem
do Exército revelados pela Folha.
Classificou o fato de "ato de estupidez de alguns" e de "anacronismo inaceitável".
FHC, porém, defendeu as Forças Armadas ao falar sobre os documentos oficiais do Exército que
definem movimentos sociais como "forças adversas" e que admitem "arranhar direitos dos cidadãos" e até eliminar militantes de
tais organizações.
"Não se pode confundir a instituição com ações de uma minoria. Nenhum governo do mundo
consegue controlar todos os atos
de seu Exército", disse FHC. Segundo ele, as Forças Armadas estão "punindo os abusos".
"Duvido que outro período de
oito anos da história do Brasil tenha sido tão democratizador
quanto o meu governo, que resgatou a dignidade de desaparecidos
políticos e criou o Ministério da
Defesa, dirigido por um civil."
O presidente também criticou o
que chamou de "abuso de poder
de quem cumpriu as ordens do
juiz". FHC se referiu à acusação
de que os procuradores teriam
exorbitado ao apreender documentos do Exército mediante determinação da Justiça.
Para o governo e as Forças Armadas, o Ministério Público teria
ordem para retirar do escritório
de inteligência do Exército de Marabá (PA) apenas papéis sobre
uma investigação a respeito da
guerrilha do Araguaia, que ocorreu no sul do Pará nos anos 70.
Os procuradores negam a divulgação. E dizem que a ordem do
juiz permitia que fossem apreendidos documentos a respeito de
todas as investigações do Exército
no sul do Pará.
(KA)
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