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ROLO TRIBUTÁRIO
Presidente diz que reforma fará justiça fiscal
Presidente diz que é "insanidade" pensar que carga terá aumento
MURILO FIUZA DE MELO
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse ontem que é uma "insanidade" pensar que a proposta
de reforma tributária do governo,
em discussão no Congresso, resultará em aumento da carga de
impostos. Segundo ele, a reforma
vai fazer justiça fiscal e desonerar
a produção e as exportações.
"Algumas pessoas tentam falar
que a política tributária vai aumentar a carga de impostos neste
país. Ora, seria, primeiro, uma insanidade de qualquer pessoa que
fez uma campanha criticando o
aumento da carga tributária de
25% para 36% propor aumento.
Depois, seria uma insanidade os
27 governadores concordarem
com o aumento da carga tributária", disse Lula, na cerimônia de
abertura da 37ª Convenção Nacional de Supermercados, no Rio.
A defesa do projeto de reforma
tributária foi feita de improviso
por Lula. Minutos antes, o presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), José
Carlos de Oliveira, criticou a reforma, afirmando conhecer estudos segundo os quais ela vai aumentar a carga de impostos.
Oliveira também defendeu a extinção da CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação
Financeira), que, segundo a proposta, será prorrogada até 2008.
No discurso, o presidente disse
que a reforma acaba com a guerra
fiscal ao unificar as alíquotas do
ICMS (Imposto a sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
cobrado pelos Estados.
Ele afirmou, no entanto, que o
governo não é o "dono da verdade" e que todas as possíveis correções da proposta deverão ser feitas em sua tramitação no Senado.
Apesar das críticas do presidente da Abras, o clima era de descontração. Lula não conseguiu segurar o riso ao receber o título de
"supermercadista honorário".
Outro momento de descontração ocorreu quando Lula defendeu a desoneração dos produtos
da cesta básica, dizendo que, hoje,
a carga de impostos que incide sobre o leite é, às vezes, igual à do
uísque. "Eu particularmente não
tenho nada contra o uísque, se ele
for bebido moderadamente, mas
a contribuição sobre o valor agregado é mais justa porque recai sobre a margem, que é mínima nos
casos dos alimentos essenciais.
Por isso é que nós queremos desonerar a cesta básica, e isso certamente vai baratear os alimentos."
Compensações
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) afirmou ontem que devem
ser criadas "compensações" para
os Estados menos desenvolvidos
que reclamaram dos ganhos de
São Paulo e do Rio de Janeiro.
"Goiás, por exemplo, perde
muito com o fim dos incentivos.
Mas, se queremos acabar com a
guerra fiscal, precisamos acabar
[com os benefícios]. Vamos ver
uma maneira de compensar o Estado que perde muito", disse.
Colaborou JULIA DUAILIBI
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