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São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

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Lula não "pagou à elite", diz ministro

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ministro Cristovam Buarque (Educação) disse ontem em Curitiba que Luiz Inácio Lula da Silva foi o único pobre a chegar à Presidência sem pagar pedágio: "Outros vieram dos pobres e chegaram à Presidência, mas antes de chegar à Presidência pagaram pedágio à elite". Numa aula inaugural a alunos da Universidade Federal do Paraná, ele listou "três pedágios que a elite cobra dos que vêm do povo": "Diploma universitário, fazer fortuna ou pertencer a um partido de direita".
O ministro disse que as pessoas "do lado dos pobres" que chegaram à Presidência "ou eram de direita, ou tinham título universitário ou tinham ficado ricas, ou as três coisas".
Cristovam defendeu o papel da universidade. "Ele [Lula] agora precisa da gente [da universidade]. Temos que ajudá-lo a inventar o Brasil", disse.
Antes de o ministro começar a falar, um grupo de estudantes que ocupava os fundos do auditório da reitoria da UFPR gritou palavras de ordem condenando a liberação de verbas para financiamento da universidade paga, e pedindo que Lula rompa com o Fundo Monetário Internacional.
Uma faixa com os dizeres "Cristovam Buarque, não jogue dinheiro na privada" foi fixada em frente ao palco, num lugar onde o ministro e os demais integrantes da mesa não conseguiam ler. Outras duas faixas protestavam contra a reforma da Previdência, e a falta de professores e verbas na universidade, respectivamente.
Cristovam Buarque pediu então que o reitor Carlos Moreira Jr. abrisse espaço aos estudantes. Vestido com uma camiseta da campanha presidencial de Lula, o estudante André Castelo Branco leu um manifesto que criticava o crédito de R$ 200 milhões que o governo está liberando para estudantes de universidades privadas.
No discurso que fez depois, Buarque propôs aos universitários que defendessem verba para a educação como um todo. Ele disse que aceitou tirar de uma rubrica para alfabetização R$ 85 milhões que serão transferidos para as universidades. Mas disse que espera em troca o engajamento da comunidade universitária na alfabetização de adultos.
(MARI TORTATO)


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