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3.000 sem-terra fazem invasão
em fazenda da Grendene em MT
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu ontem pela manhã a fazenda
do grupo Grendene em Cáceres
(250 km de Cuiabá). Segundo o
movimento, 3.000 sem-terra participaram da invasão à propriedade de 35 mil hectares.
A Polícia Civil informou à
Agência Folha que a PMA (Polícia
Militar Ambiental) foi até a fazenda após receber informação de
que os sem-terra estavam desmatando uma área de preservação
ambiental na propriedade. Os policiais foram impedidos de entrar
na área pelos sem-terra.
O MST nega ter feito o desmatamento e diz que o grupo Grendene possui os títulos de propriedade de apenas 500 ha dos 35 mil ha.
O restante da área, segundo o
coordenador estadual do MST
Osmar Tolomeu, 31, pertence à
União, pois estariam na faixa de
fronteira. "Essa foi a informação
que o Incra [Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária]
nos repassou", afirmou Tolomeu.
Segundo o MST, é a maior invasão de terras no Estado. A polícia
informou que a fazenda está às
margens do rio Paraguai e abriga
sítios arqueológicos. Funcionários da fazenda teriam registrado
queixa na polícia ontem.
Agricultor assassinado
O agricultor e pré-candidato a
prefeito de Ouro Branco (AL) pelo PT, Fernando Martins de Albuquerque, 46, foi assassinado ontem com 15 tiros, em Águas Belas
(305 km de Recife, PE).
Albuquerque, que mantinha ligações com o MLST (Movimento
de Libertação dos Sem Terra), foi
assassinado em frente à casa da irmã. Os criminosos -dois homens ainda não identificados-
atiraram à queima-roupa.
O irmão de Albuquerque e presidente do diretório do PT em
Itaíba (355 km de Recife), Ernandes Martins de Albuquerque, 48,
disse que grupos rivais da região
vinham ameaçando matar o irmão e alguns aliados. "Eu mesmo
estou sendo ameaçado", afirmou.
O presidente do PT de Itaíba
disse que a rixa que supostamente
tem provocado os assassinatos e
as ameaças na família são "pelo
poder político" na região.
Na quinta passada, Ernandes
denunciou o problema durante
audiência pública em Itaíba com
o ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho. Foi decidida a criação de uma força-tarefa
composta pelas polícias Federal,
Civil e Militar, além do Ministério
Público, para investigar e combater a pistolagem na região.
Colaborou a Agência Folha, em Recife
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