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São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

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3.000 sem-terra fazem invasão em fazenda da Grendene em MT

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu ontem pela manhã a fazenda do grupo Grendene em Cáceres (250 km de Cuiabá). Segundo o movimento, 3.000 sem-terra participaram da invasão à propriedade de 35 mil hectares.
A Polícia Civil informou à Agência Folha que a PMA (Polícia Militar Ambiental) foi até a fazenda após receber informação de que os sem-terra estavam desmatando uma área de preservação ambiental na propriedade. Os policiais foram impedidos de entrar na área pelos sem-terra.
O MST nega ter feito o desmatamento e diz que o grupo Grendene possui os títulos de propriedade de apenas 500 ha dos 35 mil ha.
O restante da área, segundo o coordenador estadual do MST Osmar Tolomeu, 31, pertence à União, pois estariam na faixa de fronteira. "Essa foi a informação que o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] nos repassou", afirmou Tolomeu.
Segundo o MST, é a maior invasão de terras no Estado. A polícia informou que a fazenda está às margens do rio Paraguai e abriga sítios arqueológicos. Funcionários da fazenda teriam registrado queixa na polícia ontem.

Agricultor assassinado
O agricultor e pré-candidato a prefeito de Ouro Branco (AL) pelo PT, Fernando Martins de Albuquerque, 46, foi assassinado ontem com 15 tiros, em Águas Belas (305 km de Recife, PE).
Albuquerque, que mantinha ligações com o MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), foi assassinado em frente à casa da irmã. Os criminosos -dois homens ainda não identificados- atiraram à queima-roupa.
O irmão de Albuquerque e presidente do diretório do PT em Itaíba (355 km de Recife), Ernandes Martins de Albuquerque, 48, disse que grupos rivais da região vinham ameaçando matar o irmão e alguns aliados. "Eu mesmo estou sendo ameaçado", afirmou.
O presidente do PT de Itaíba disse que a rixa que supostamente tem provocado os assassinatos e as ameaças na família são "pelo poder político" na região.
Na quinta passada, Ernandes denunciou o problema durante audiência pública em Itaíba com o ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho. Foi decidida a criação de uma força-tarefa composta pelas polícias Federal, Civil e Militar, além do Ministério Público, para investigar e combater a pistolagem na região.


Colaborou a Agência Folha, em Recife

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