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Polícia identifica 5 suspeitos de matar 8 pessoas em fazenda no PA
MAURÍCIO SIMIONATO
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
A Polícia Civil do Pará afirmou
ontem ter identificado cinco suspeitos pelos assassinatos de sete
trabalhadores rurais e do fazendeiro Antonio Vieira da Silva.
Os trabalhadores mortos são
Antônio da Conceição, Justino
Pereira da Silva, e outros cinco
homens conhecidos por Pedro
Formiga, Eliseu, Maurício, Penteado e Baixinho Moreno.
Eles foram mortos com tiros na
cabeça em uma emboscada no
meio da mata na Fazenda Primavera, a 180 km de São Félix do
Xingu (PA). O crime ocorreu sexta-feira à tarde, mas só no sábado
a Polícia Militar conseguiu chegar
ao local, de difícil acesso.
Os corpos foram resgatados e
seriam levados ontem à noite, em
uma avião da FAB (Força Aérea
Brasileira), para identificação no
Instituto Médico Legal de Belém.
Três dos acusados, conhecidos
como Sansão, Bedé e Fininho, já
tiveram os retratos falados feitos
pela polícia com base no depoimento de uma testemunha. Os
outros dois identificados não tiveram nomes ou apelidos revelados.
Segundo a polícia, uma testemunha avistou os crimes escondida na mata, e um outro trabalhador rural do grupo escapou da
morte porque teria saído para
buscar sementes.
Cerca de 300 policiais que cumpriam reintegrações de posse na
região foram deslocados para encontrar os assassinos. Os trabalhadores mortos derrubavam a
mata para fazer pastagens.
Segundo o delegado-geral da
Polícia Civil do Pará, Luís Fernandes da Rocha, "tudo indica" que a
causa foi disputa por terras.
Entre os mortos está Antonio
Vieira da Silva, que havia comprado a área de 600 alqueires (1.632
ha), supostamente grilada, há cerca de dois meses. Parte da área
comprada ficaria dentro da Fazenda Primavera (10 mil alqueires), que pertenceria a Tadeu Bittar. Ele não foi localizado ontem.
"Um grupo de seguranças armados já havia alertado para que
deixassem a área. Senão, morreriam", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
de São Félix, Luís Pereira de Carvalho. Segundo a PM, os assassinos estariam escondidos na mata.
O coordenador da CPT (Comissão Pastoral da Terra) na região
de São Félix do Xingu, frade João
Raguenes, culpou o Estado pelas
mortes: "Alguns policiais andam
com pistoleiros. O que vale aqui é
a lei do revólver e do dinheiro".
Segundo a CPT, 30 trabalhadores rurais foram mortos neste ano
no Pará por causa da disputa de
terras griladas.
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