São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2005

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Justiça pedirá quebra de sigilo de Duda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE


O Ministério da Justiça pedirá ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, até o início da semana que vem, a quebra do sigilo bancário de Duda Mendonça, de seus sócios e de nove contas abertas em nome de empresas offshore, incluindo a Dusseldorf Company Ltda., com sede virtual nas Bahamas.
Os principais objetivos são identificar todas as fontes de abastecimento das contas de Duda e de suas empresas e verificar se há outros brasileiros beneficiados indiretamente pelos depósitos.
Foi em conta da Dusseldorf no BankBoston de Miami que foram depositados, em dólares, o equivalente a R$ 10,5 milhões saídos do esquema montado pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo publicitário Marcos Valério de Souza. As remessas possivelmente foram operadas por doleiros de Belo Horizonte.
A coordenadora-geral de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça, Wannine Lima, informou ontem, em reunião da CPI dos Correios, que o pedido de quebra de sigilo deverá ser enviado na próxima segunda-feira.
Lima adiantou que o rastreamento das contas e envio dos dados ao Brasil deverão demorar meses, talvez anos.
Os investigadores pediram a quebra das contas pessoais de Duda e de outros três associados na agência do BankBoston de Nova York. Também requisitaram os dados da movimentação bancária da Dusseldorf.

Sócia de Duda
Em depoimento ontem na Polícia Federal da Bahia, Zilmar Fernandes, sócia de Duda, disse não conhecer o doleiro Jader Kalid Antônio, de Belo Horizonte, que supostamente fez transferências para conta do publicitário em paraíso fiscal, segundo Valério.
Duda sustenta que foi obrigado por Valério a receber no exterior o que o PT lhe devia. Valério, em nota ontem, reafirmou que não teria motivo "para sugerir ou forçar Duda a abrir conta fora do país". Zilmar reafirmou que Valério exigiu a abertura da conta. Ela não falou com a imprensa, e as informações foram passadas pelo advogado Tales Castelo Branco.
Segundo Valério, Kalid foi o "consultor financeiro" indicado por Zilmar para operar o envio de recursos para o exterior -por meio da Dusseldorf. (RUBENS VALENTE, FERNANDA KRAKOVICS, EDUARDO DE OLIVEIRA E PAULO PEIXOTO)


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