São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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Mônaco negará extradição, diz advogado

Para defensor de Cacciola, Justiça do principado seguirá decisão da Itália, que rejeitou pedido feito pelo Brasil em 2001

LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

FERNANDO NAKAGAWA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado de Salvatore Cacciola no Brasil, Carlos Ely Eluf, disse ontem à Folha acreditar que a Justiça de Mônaco negará o pedido do governo brasileiro de extradição do ex-banqueiro. Segundo Eluf, a Justiça de Mônaco poderá se basear em decisão da Itália, que negou solicitação de autoridades brasileiras para a extradição de Cacciola em 2001.
"Essa gestão valia para todos os países da União Européia. Vai correr um processo de extradição em Mônaco, mas já existe esse paradigma [da Justiça italiana]", declarou o advogado. De acordo com o Itamaraty, o Brasil não tem acordo de extradição com Mônaco.
O Ministério da Justiça pediu a extradição de Cacciola quando ele estava foragido na Itália. A solicitação foi negada porque um acordo bilateral entre os dois países não prevê a extradição nesse caso, já que Cacciola nasceu na Itália e naturalizou-se brasileiro. Além disso, segundo Eluf, a Justiça italiana considerou o crime de gestão fraudulenta muito amplo, e seria necessário um fato específico para ser considerado crime também na Itália.
Eluf recebeu a informação da prisão de Cacciola na manhã de ontem. Na noite de quinta-feira, o advogado entrou com pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ainda não há decisão, mas Eluf nega que a solicitação tenha ligação com a prisão de Cacciola. Antes, em 27 de julho, o mesmo STJ negou outro pedido do advogado para tentar favorecer o ex-banqueiro.
O advogado informou que vem recorrendo contra a decisão da Justiça Federal, que condenou Cacciola em 2005, em instâncias superiores. "Estamos promovendo a defesa dele normalmente. Ele é bastante revoltado com a condenação, que foi resultado de perseguição política", afirmou.


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