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Mônaco negará extradição, diz advogado
Para defensor de Cacciola, Justiça do principado seguirá decisão da Itália, que rejeitou pedido feito pelo Brasil em 2001
LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
FERNANDO NAKAGAWA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O advogado de Salvatore
Cacciola no Brasil, Carlos Ely
Eluf, disse ontem à Folha acreditar que a Justiça de Mônaco
negará o pedido do governo
brasileiro de extradição do ex-banqueiro. Segundo Eluf, a
Justiça de Mônaco poderá se
basear em decisão da Itália, que
negou solicitação de autoridades brasileiras para a extradição de Cacciola em 2001.
"Essa gestão valia para todos
os países da União Européia.
Vai correr um processo de extradição em Mônaco, mas já
existe esse paradigma [da Justiça italiana]", declarou o advogado. De acordo com o Itamaraty, o Brasil não tem acordo de
extradição com Mônaco.
O Ministério da Justiça pediu a extradição de Cacciola
quando ele estava foragido na
Itália. A solicitação foi negada
porque um acordo bilateral entre os dois países não prevê a
extradição nesse caso, já que
Cacciola nasceu na Itália e naturalizou-se brasileiro. Além
disso, segundo Eluf, a Justiça
italiana considerou o crime de
gestão fraudulenta muito amplo, e seria necessário um fato
específico para ser considerado
crime também na Itália.
Eluf recebeu a informação da
prisão de Cacciola na manhã de
ontem. Na noite de quinta-feira, o advogado entrou com pedido de habeas corpus no STJ
(Superior Tribunal de Justiça).
Ainda não há decisão, mas Eluf
nega que a solicitação tenha ligação com a prisão de Cacciola.
Antes, em 27 de julho, o mesmo
STJ negou outro pedido do advogado para tentar favorecer o
ex-banqueiro.
O advogado informou que
vem recorrendo contra a decisão da Justiça Federal, que
condenou Cacciola em 2005,
em instâncias superiores. "Estamos promovendo a defesa
dele normalmente. Ele é bastante revoltado com a condenação, que foi resultado de perseguição política", afirmou.
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