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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ HORA DAS CASSAÇÕES
Caso se confirme as cassações de deputados, suplentes da oposição vão assumir cargos
Posse de suplentes poderá causar baixa na base aliada
SILVIO NAVARRO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As renúncias e cassações de
mandato que devem ocorrer nos
próximos dias poderão levar à
Câmara mais um deputado federal acusado de envolvimento no
"mensalão" e provocar baixas na
base governista devido aos partidos dos suplentes.
O cenário é desenhado a partir
da lista dos suplentes dos 12 deputados governistas ameaçados de
cassação, além do eventual suplente ex-ministro José Dirceu
(PT-SP), que já enfrenta processo
no Conselho de Ética. O prazo para os 13 parlamentares -o 13º é
Roberto Brant (PFL-MG), da
oposição- renunciarem ao
mandato e evitarem correr risco
de cassação expira amanhã.
Na relação dos possíveis suplentes que herdariam uma cadeira na
Câmara, aparece Adhemar de
Barros Filho (PP-SP), que ganharia o posto em caso de cassação ou
renúncia de Vadão Gomes (PP-SP) e Wanderval Santos (PL-SP),
que integram a lista dos cassáveis.
Suplente imediato tanto de Vadão quanto de Wanderval, o pepista Barros Filho aparece como
beneficiário de dois cheques administrativos da empresa Guaranhuns, nos valores de R$ 88 mil e
R$ 78 mil, ambos depositados em
sua conta no dia 21 de março de
2003. O pepista diz não saber como o dinheiro apareceu na sua
conta (leia texto abaixo).
A Guaranhuns é apontada pela
CPI dos Correios como uma das
empresas de fachada supostamente usadas para intermediar o
repasse de recursos de Marcos
Valério a petistas e aliados.
O relator da CPI dos Correios,
Osmar Serraglio (PMDB-PR),
afirmou que caso o pepista assuma o mandato deverá "ocorrer o
mesmo rito" dos demais acusados. "Na minha visão, atinge a
instituição do mesmo jeito e, se
assumir, logo em seguida ou um
partido entra [no Conselho de
Ética] ou a CPI manda para a direção da Câmara", disse.
Caso nenhum suplente desista
de assumir um eventual mandato,
a saída dos acusados de participar
do "mensalão" também reduziria
a base governista na Casa. Pelo
menos 4 dos 12 cassáveis, além de
Dirceu, têm suplentes hoje em siglas de oposição.
É o caso de Pedro Corrêa (PE) e
Pedro Henry (MT), ambos do
aliado PP, cujos suplentes viriam
do PFL ou do PDT. Os dois suplentes possíveis para a vaga de
Corrêa são os pefelistas Salatiel
Souza Carvalho e Joel de Hollanda. No caso de Henry, o suplente é
o ruralista Helmute Lawisch, que
trocou o PFL pelo PDT.
O mesmo cenário aconteceria
com o PT, que tem seis deputados
entre os cassáveis. Pelo menos
dois suplentes estão hoje no PPS:
Wagner Rubinelli (SP) e Alexandre Silveira (MG). O último, aliás,
trocou o PL pelo PPS e entregou
nesta semana o cargo de diretor
do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Assumiria caso João Magno saísse.
Há ainda outra possibilidade de
baixa na base, envolvendo José Janene (PP-PR). Ele cederia espaço
para Nelton Friedrich, que trocou
o PDT pelo PT. Caso Friedrich recuse a vaga, abriria espaço para
uma série de suplentes do PDT.
Outro cassável é José Borba
(PMDB-PR), cujo suplente imediato é o ex-ministro Reinhold
Stephanes, também do PMDB.
Atual secretário de Planejamento
do governo paranaense, Stephanes afirma que não exercerá o
eventual mandato. Na fila do pefelista Roberto Brant (MG) estão
José Elias Murad (PSDB) e Homero dos Santos (PFL).
Colaborou MARTA SALOMON, da Sucursal de Brasília
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