São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Mesa envia quinto processo contra Renan ao conselho

Presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha disse que pode indicar ainda hoje o relator da nova representação

Tião Viana, que comanda interinamente o Senado, anunciou que irá afastar funcionários de confiança lotados na Presidência

ANDREZA MATAIS
MARIA LUIZA RABELLO

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na primeira reunião da Mesa Diretora do Senado sob o comando de Tião Viana (PT-AC), os senadores decidiram encaminhar para o Conselho de Ética a quinta representação contra o presidente licenciado, Renan Calheiros (PMDB-AL). DEM e PSDB acusam Renan de mandar investigar colegas que defendem a cassação do seu mandato para chantegeá-los.
Tião, que ficará 45 dias no cargo, também anunciou que irá afastar todos os funcionários de confiança de Renan lotados na Presidência, mas manteve a secretária-geral da Mesa, Cláudia Lyra, e o diretor-geral da Casa, Agaciel Maia.
Cláudia foi acusada pela oposição e por um de seus subordinados de fazer manobras para atrasar os processos contra Renan. "Há funções que são de inteira confiança. Será um afastamento simples, sem demissão", disse Viana, sem identificar quem irá substituir.
A quinta representação foi apresentada na última terça-feira, ainda quando Renan presidia o Senado, mas não havia sido analisada. A única exceção foi o senador Papaléo Paes (PSDB-AP), que se absteve. Os demais votaram a favor de encaminhar para o conselho.
O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), disse que pode indicar ainda hoje o relator da nova representação.
Ele defendeu que a quinta representação seja investigada juntamente com a terceira, que investiga suposto uso de laranjas por Renan para comprar uma rede de comunicação em Alagoas. Neste caso, o relator seria o senador Jefferson Péres (PDT-AM), crítico de Renan.
Renan não compareceu ao Senado. Passou o dia na residência oficial, segundo aliados, preparando sua mudança. Para evitar novas críticas, ele deve se mudar para um apartamento funcional. "O Renan vai trabalhar nos bastidores, não vai fazer discursos ou ficar se expondo para evitar confrontos. Ele já começou a procurar os senadores para pedir apoio", disse Gilvan Borges (PMDB-AP).
O presidente licenciado recebeu a visita de Tião Viana, de José Sarney (PMDB-AP) e do ex-senador Luiz Otávio (PMDB-PA). Tião chegou ontem ao Senado às 8h, surpreendendo os funcionários que iniciam o expediente mais tarde.
Hoje, no almoço com líderes, Tião buscará a negociação com os partidos de oposição em busca de um acordo para a aprovar a CPMF no prazo planejado pelo governo.
O objetivo dos governistas é discutir o assunto até novembro e concluir a votação, no máximo, em 20 de dezembro. Para aprovar a medida em plenário, são necessários, no mínimo, 49 votos favoráveis.
"Se nós não votarmos, [vamos ter um prejuízo de] R$ 3 bilhões a partir de janeiro. É possível construir um entendimento", afirmou Tião Viana.
Já o presidente da República em exercício, José Alencar, irá assumir parte das negociações com os senadores sobre a prorrogação da CPMF. Alencar pretende se reunir com líderes das bancadas do governo e da oposição ainda nesta semana, para discutir a prorrogação do imposto.


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