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Mesa envia quinto processo contra Renan ao conselho
Presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha disse que pode indicar ainda hoje o relator da nova representação
Tião Viana, que comanda interinamente o Senado, anunciou que irá afastar funcionários de confiança lotados na Presidência
ANDREZA MATAIS
MARIA LUIZA RABELLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na primeira reunião da Mesa
Diretora do Senado sob o comando de Tião Viana (PT-AC),
os senadores decidiram encaminhar para o Conselho de Ética a quinta representação contra o presidente licenciado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
DEM e PSDB acusam Renan de
mandar investigar colegas que
defendem a cassação do seu
mandato para chantegeá-los.
Tião, que ficará 45 dias no
cargo, também anunciou que
irá afastar todos os funcionários de confiança de Renan lotados na Presidência, mas manteve a secretária-geral da Mesa,
Cláudia Lyra, e o diretor-geral
da Casa, Agaciel Maia.
Cláudia foi acusada pela oposição e por um de seus subordinados de fazer manobras para
atrasar os processos contra Renan. "Há funções que são de inteira confiança. Será um afastamento simples, sem demissão",
disse Viana, sem identificar
quem irá substituir.
A quinta representação foi
apresentada na última terça-feira, ainda quando Renan presidia o Senado, mas não havia
sido analisada. A única exceção
foi o senador Papaléo Paes
(PSDB-AP), que se absteve. Os
demais votaram a favor de encaminhar para o conselho.
O presidente do Conselho de
Ética, Leomar Quintanilha
(PMDB-TO), disse que pode indicar ainda hoje o relator da nova representação.
Ele defendeu que a quinta representação seja investigada
juntamente com a terceira, que
investiga suposto uso de laranjas por Renan para comprar
uma rede de comunicação em
Alagoas. Neste caso, o relator
seria o senador Jefferson Péres
(PDT-AM), crítico de Renan.
Renan não compareceu ao
Senado. Passou o dia na residência oficial, segundo aliados,
preparando sua mudança. Para
evitar novas críticas, ele deve se
mudar para um apartamento
funcional. "O Renan vai trabalhar nos bastidores, não vai fazer discursos ou ficar se expondo para evitar confrontos. Ele
já começou a procurar os senadores para pedir apoio", disse
Gilvan Borges (PMDB-AP).
O presidente licenciado recebeu a visita de Tião Viana, de
José Sarney (PMDB-AP) e do
ex-senador Luiz Otávio
(PMDB-PA). Tião chegou ontem ao Senado às 8h, surpreendendo os funcionários que iniciam o expediente mais tarde.
Hoje, no almoço com líderes,
Tião buscará a negociação com
os partidos de oposição em busca de um acordo para a aprovar
a CPMF no prazo planejado pelo governo.
O objetivo dos governistas é
discutir o assunto até novembro e concluir a votação, no máximo, em 20 de dezembro. Para
aprovar a medida em plenário,
são necessários, no mínimo, 49
votos favoráveis.
"Se nós não votarmos, [vamos ter um prejuízo de] R$ 3
bilhões a partir de janeiro. É
possível construir um entendimento", afirmou Tião Viana.
Já o presidente da República
em exercício, José Alencar, irá
assumir parte das negociações
com os senadores sobre a prorrogação da CPMF. Alencar pretende se reunir com líderes das
bancadas do governo e da oposição ainda nesta semana, para
discutir a prorrogação do imposto.
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