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PT
Dirigente atribui suspeita à luta interna
Dinheiro do
MST é citado
em denúncia
CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local
O MST (Movimento dos Traba
lhadores Rurais Sem-Terra) foi
envolvido na polêmica que motivou a instalação de uma comissão
de ética do PT para investigar as
ações de Valter Pomar, um dos vice-presidentes do partido.
Em correspondência que oficialmente motivou a abertura de investigação, o editor Breno Altman
acusa Pomar de ter se "apropriado por alguns dias" de um dinheiro que o MST teria enviado à editora Scritta (então de Altman), para
pagar a edição do livro "Os Brasiguaios", de Cácia Cortez.
A assessoria de imprensa do
MST informou que não localizou
dirigentes do movimento que poderiam esclarecer a questão.
A comissão de ética contra Pomar foi instalada a pedido de Paulo Frateschi, secretário de Organização do PT paulista. A solicitação
é baseada em "indícios de irregularidades" com dinheiro do partido quando Pomar dirigia a "Teoria e Debate", revista de elaboração teórica do partido.
Altman disse que está impedido
eticamente de se pronunciar sobre
o caso enquanto ele estiver pendente nas instâncias do PT.
Pomar, um dos líderes da "esquerda" do PT, emitiu nota em
que contesta os objetivos de Frateschi, seguidor de Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu na luta interna do PT.
O dirigente petista reclamou de
ainda não ter sido comunicado
oficialmente da instalação da comissão de ética, reafirmou que não
praticou irregularidades e se declarou aberto a uma investigação
sobre a destinação que deu ao dinheiro do PT quando comandava
a revista.
"Não me comportarei como alguns, que pressionam as instâncias para escapar dos procedimentos partidários", diz um trecho da
nota de Pomar.
No PT, a interpretação que se dá
ao texto de Pomar é que o dirigente, ao citar pressões para evitar comissões de ética, estava se referindo a Lula, que tentou impedir que
seu amigo Roberto Teixeira respondesse a uma por causa do caso
Cpem.
Pomar e Altman mantinham
uma antiga relação pessoal e política, que foi rompida por divergências trabalhistas e políticas. Pomar foi funcionário da empresa de
Altman.
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