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Segundo diálogos, empresa pagou diária
da Redação
Leia a seguir os trechos das conversas entre repórteres da Folha
com os funcionários que negociaram a estada de Mendonça de Barros em Madri.
O diálogo a seguir ocorreu entre
a Folha no Brasil e uma funcionária do Palace, na segunda-feira,
dia 5 de outubro. A repórter não se
identifica como jornalista, e a funcionária supõe que ela trabalha
para o governo brasileiro.
Folha - Quanto custa a diária?
Funcionária - Para uma pessoa,
44 mil pesetas. Aproximadamente
US$ 340, mais IVA (imposto), sem
café da manhã.
Folha - Incluindo o café da manhã, quanto fica?
Funcionária - Aproximadamente US$ 390.
Folha - A senhora poderia confirmar a reserva que foi feita em nome do senhor Luiz Carlos Mendonça de Barros? Quem fez foi a Telefónica de España, para o dia 7.
Funcionária - Dia 7? Depois de
amanhã? Estamos lotados. Já tem a
reserva?
Folha - Sim. Só gostaria de confirmar.
Funcionária - O sobrenome,
como é?
Folha - Mendonça de Barros.
Quem fez a reserva foi a Telefónica
de España.
Funcionária - Não encontro a
reserva. Como se escreve, exatamente? (repórter soletra o sobrenome) Ah, aqui está. De Mendoza.
Mas a Telefónica reservou outro
tipo de apartamento. Reservou
uma suíte.
Folha - Uma suíte? E quanto custa a suíte?
Funcionária - Aproximadamente US$ 520.
Folha - Incluindo café da manhã?
Funcionária - Sim.
Folha - Gostaria de confirmar outra coisa. Quem vai pagar a conta?
A Telefónica vai pagar a conta? Poderia verificar se será a Telefónica
ou se nós é que faremos o pagamento?
Funcionária - Não sei quem vai
pagar, mas quem nos vai pagar é
uma agência de viagens. O senhor
não tem que pagar nada aqui. O
senhor Mendonça, quando vier,
não terá que pagar nada.
Folha - Por que ele não terá que
pagar?
Funcionária -Porque alguém
paga para senhor Mendonça. Pode
ser a Telefónica, mas, daqui, a fatura vai para a agência de viagem,
El Corte Inglés. Quando senhor
Mendonça sair daqui não paga nada. Somente terá que pagar telefonemas e coisas extras.
A seguir, gravação feita pela enviada da Folha a Madri na recepção do hotel, na manhã do dia 8,
depois da saída de Mendonça de
Barros. A repórter, informada que
o ministro havia pago US$ 200 em
extras, não se identifica e tenta pagar os extras.
Folha - Eu acho que ele não vai
nos deixar pagar pelos extras porque foi só US$ 200. Você tem certeza que foi isso?
Funcionário - Estou certo que o
senhor Mendonça pagou apenas
os extras. E o El Corte Inglés pagou
pelo quarto. Havia uma diferença
entre o quarto, e eles pagaram a diferença. O quarto e o café da manhã eles pagaram, o El Corte Inglés
pagou.
Depois, a repórter ligou para a
agência El Corte Inglés no prédio-sede da Telefónica e pediu para falar com quem havia pago a estada do ministro. Foi encaminhada para Marta, secretária do diretor de Relações Institucionais,
Carlos Sieiro.
Folha - Eu estou saindo de Madri.
Gostaria de mandar flores para a
pessoa que pagou pela estada de
Mendonça de Barros.
Secretária - Ah, o ministro,
sim. O nome do chefe é Carlos Sieiro. S-I-E-I-R-O.
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