São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2000

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PAINEL


Apreensão na corte
O PSDB disfarça, tenta contra-atacar, mas está inquieto: a denúncia de caixa-dois na campanha de FHC deixou o presidente ainda mais refém dos aliados no Congresso. É o terceiro escândalo a bater no coração do Planalto. Antes, houve a compra de votos e o caso Eduardo Jorge.

Banho-maria
O senador Pedro Simon foi lançado candidato a presidente ontem em Joinville (SC). Pela segunda vez. Mas o projeto de candidatura própria do PMDB em 2002 ainda não é levado a sério. O gaúcho não desanima: "Não sou galo que cozinha na primeira fervura", diz.

Perspectiva otimista
O governo prevê arrecadar mais do que o dobro do necessário para financiar o novo salário mínimo (R$ 180) com os projetos anti-sonegação. O difícil será convencer o Congresso (e o PFL) a aprovar uma lei que facilita o acesso da Receita Federal às movimentações bancárias.

Lição de casa
Mesmo que FHC consiga aprovar os projetos anti-sonegação na Câmara e no Senado, o Ministério do Planejamento avalia que terá dificuldades para atingir em 2001 as metas do ajuste fiscal. A relação dívida/ PIB está acima do esperado.

Por um fio
Apesar da pressão de setores do governo, FHC vai manter no cargo o diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), coronel Ariel de Cunto. Por enquanto. É uma vitória pessoal de Alberto Cardoso (Segurança Institucional), que ficou sozinho em defesa do auxiliar.

Questão de tempo
Prevaleceu a argumentação do general Cardoso: a demissão, agora, só aumentaria o desgaste. A denúncia de que a Abin faz espionagem política causou um mal-estar no governo, principalmente entre tucanos perseguidos no regime militar.


Próximo da lista
Antes de viajar para os EUA, Marta foi questionada por alguns petistas sobre o secretariado. Respondeu que, além de João Sayad, convidou apenas mais uma pessoa: Rui Falcão.

Dúvida cruel
Coordenador da equipe de transição de Marta, Rui Falcão ainda não respondeu à prefeita eleita se aceita o convite para a Secretaria de Governo. Ficaram de conversar na segunda-feira.

Influência protocolar
O vice Hélio Bicudo viajaria ontem para a Costa Rica como representante da comissão de direitos humanos da OEA a fim de atuar em três julgamentos. Deve voltar somente após o anúncio do secretariado. Ele e Marta não se falam desde que a petista deixou o país, no sábado.

Bye, bye
João Sayad, assim como Marta, também está nos EUA. O futuro secretário das Finanças foi acertar com seus sócios os últimos detalhes de seu afastamento da presidência do banco Inter American Express. Deve voltar ao Brasil entre hoje e amanhã.

Cardápio eclético
Suplicy, Alckmin e Arnaldo Faria de Sá (secretário de Pitta) participaram na segunda do jantar de lançamento de um grupo de apoio ao programa de renda mínima. Comentário irônico de um deles: ""Diria que foi um encontro bem ecumênico".

Mal necessário?
De Chico Santa Rita, que trabalhou na reta final da campanha de Romeu Tuma (PFL), sobre Cristovam Buarque (PT) dizer que os marqueteiros são uma praga a ser banida: "Ele não pensava assim em 98, quando tentou contratar marqueteiros para a sua campanha".

Óleo derramado
O PT vai cobrar da Petrobras explicações sobre sua política de segurança industrial. Em três anos, a sigla contabiliza 177 acidentes na conta da estatal, entre eles o da Baia de Guanabara.

TIROTEIO

Do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre a ação do governo e da base aliada para abafar as denúncias de caixa-dois na campanha de reeleição:
- Fernando Henrique vai passar para a história como o presidente das CPIs abafadas.

CONTRAPONTO
Conselho de amigo
O PT reuniu no último final de semana prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos pela legenda para uma conferência em Brasília. Marta e João Paulo, eleito de forma surpreendente em Recife, estavam entre os presentes.
Vitorioso em Ribeirão Preto pela segunda vez, Antonio Palocci foi um dos palestrantes:
- Tenham muito cuidado com o setor das finanças. Se nos primeiros dias seu secretário disser que você tem muito dinheiro para investir, tenha certeza de que ele está enganado -alertou, causando risos.
- Se ele passar meses dizendo que você nunca tem nada para investir, pergunte o que ele anda fazendo, que não resolve o problema -continuou.
Palocci fez um rápido suspense e completou, provocando gargalhadas:
- Agora, se passar o tempo e você continuar sem recursos, troque de secretário.


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