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Congresso pressiona por aumento de gastos em 2003
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pressão do Congresso por
mais gastos foi ao limite. São 7.474
emendas ao Orçamento da União
de 2003, no valor total de R$ 44,5
bilhões. Os parlamentares não devem levar muito mais que R$ 8 bilhões, se tanto. Mas demonstram
apetite que pode ameaçar um aumento maior do mínimo e mais
verbas para programas sociais.
É uma queda-de-braço cujos
vencedores serão definidos pelo
poder de fogo de cada grupo de
pressão, segundo avaliação de integrantes da Comissão Mista do
Orçamento. E não deixa de ser
um teste para medir a solidez das
alianças que o novo governo está
costurando no Congresso.
O número de emendas cresceu
este ano também por causa da entrada de novos atores em uma cena antes dominada por parlamentares e prefeitos: os governadores. Inclusive os do Sudeste,
que disputam uma fatia do bolo.
Por enquanto, o relator da proposta orçamentária, senador Sérgio Machado (PMDB-CE), compromete-se com apenas R$ 1,2 bilhão para atender às emendas individuais dos parlamentares.
A revisão da arrecadação, que
está sendo feita pela comissão, determinará o valor a ser destinado
às emendas que atendem projetos
dos Estados e das comissões do
Congresso, além do percentual de
aumento do salário mínimo e o
investimento em projetos sociais.
Machado não tem compromisso com o número pelo qual o aumento de arrecadação poderia ir
de R$ 12 bilhões a R$ 14 bilhões
por conta da receita inflacionária
e da determinação de novas fontes de financiamento, o que permitiria um mínimo de R$ 240.
No projeto inicial, o governo
previa inflação de um dígito até
outubro deste ano, mas ela já se
encontra no meio do patamar dos
dois dígitos. Perderam-se R$ 12,5
bilhões de verbas extraordinárias.
A alternativa da comissão é procurar por fontes de receita. Uma
delas, a manutenção em 2003 da
alíquota de 27,5% no IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física),
que depende do Congresso.
O Orçamento de 2003 não deixará de ser um teste às alianças do
PT. O PMDB do relator Sérgio
Machado promete jogar a favor.
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