São Paulo, Quinta-feira, 16 de Dezembro de 1999


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QUESTÃO INDÍGENA
Conflito aconteceu em novembro na BA
Pataxó acusado de matar PMs é preso

LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

A Polícia Militar de Itabuna (BA) prendeu ontem de manhã o líder da tribo pataxó-hã-hãe, Gérson de Souza Melo, acusado de ser o mandante da morte de dois policiais militares no mês passado e de tentativa de homicídio contra um fazendeiro em 94.
No dia 18 de novembro, os PMs Neusmar Barreto, 26, e Jonivaldo Batista da Silva, 21, foram mortos a tiros em uma emboscada dentro da reserva da tribo, em Pau Brasil (538 km ao sul de Salvador).
Melo foi detido no posto da Polícia Rodoviária Estadual em Itabuna, atendendo a mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz Antônio Cândido, em Pau Brasil. A ordem judicial referia-se apenas ao caso de 94. No momento da prisão, contudo, os policiais alegaram que ele também é suspeito de ser o mandante da mortes dos dois PMs.
O advogado da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Itabuna, Valdir Mesquita, disse que a prisão foi ilegal. "O processo que acusa Melo de tentativa de homicídio contra o fazendeiro tinha sido arquivado por falta de provas", declarou.
Ele afirmou também que o inquérito aberto para apurar as mortes dos dois soldados ainda não foi concluído. A PM de Itabuna informa que apenas cumpriu a decisão judicial.
Dois dias antes da prisão, o líder indígena havia feito um pronunciamento na Assembléia Legislativa da Bahia, acusando a Polícia Militar de ser a responsável pelo clima de tensão entre os pataxós e os fazendeiros no sul da Bahia.
Antes de ser transferido para a delegacia, Melo negou os crimes.


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