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QUESTÃO INDÍGENA
Conflito aconteceu em novembro na BA
Pataxó acusado de matar PMs é preso
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
A Polícia Militar de Itabuna
(BA) prendeu ontem de manhã o
líder da tribo pataxó-hã-hãe, Gérson de Souza Melo, acusado de
ser o mandante da morte de dois
policiais militares no mês passado
e de tentativa de homicídio contra
um fazendeiro em 94.
No dia 18 de novembro, os PMs
Neusmar Barreto, 26, e Jonivaldo
Batista da Silva, 21, foram mortos
a tiros em uma emboscada dentro
da reserva da tribo, em Pau Brasil
(538 km ao sul de Salvador).
Melo foi detido no posto da Polícia Rodoviária Estadual em Itabuna, atendendo a mandado de
prisão preventiva expedido pelo
juiz Antônio Cândido, em Pau
Brasil. A ordem judicial referia-se
apenas ao caso de 94. No momento da prisão, contudo, os policiais
alegaram que ele também é suspeito de ser o mandante da mortes dos dois PMs.
O advogado da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Itabuna, Valdir Mesquita, disse que a
prisão foi ilegal. "O processo que
acusa Melo de tentativa de homicídio contra o fazendeiro tinha sido arquivado por falta de provas", declarou.
Ele afirmou também que o inquérito aberto para apurar as
mortes dos dois soldados ainda
não foi concluído. A PM de Itabuna informa que apenas cumpriu a
decisão judicial.
Dois dias antes da prisão, o líder
indígena havia feito um pronunciamento na Assembléia Legislativa da Bahia, acusando a Polícia
Militar de ser a responsável pelo
clima de tensão entre os pataxós e
os fazendeiros no sul da Bahia.
Antes de ser transferido para a
delegacia, Melo negou os crimes.
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