São Paulo, Quinta-feira, 16 de Dezembro de 1999


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Veja como mudou a história do caso PC


1996
* PC Farias e Suzana Marcolino são encontrados mortos, com um tiro cada, no dia 23 de junho em Maceió. O inquérito conclui, fundamentado em laudo de Badan Palhares, que Suzana matou PC e se suicidou. Para justificar a trajetória da bala que perfurou Suzana no peito, Badan afirma que ela tinha 1,67 m de altura, e PC, 1,63 m
1997
Contralaudo de dois legistas e dois peritos afirma, baseado em projeção feita a partir de ossos do cadáver, que Suzana media cerca de 1,57 m. Com esse tamanho, a bala a teria atingido no rosto ou passado sobre um ombro, sustenta o contralaudo. Badan mantém a posição sobre a altura, e o debate não é conclusivo
1998
O inquérito, entregue ao promotor Luiz Vasconcelos no começo do ano, não tem mais qualquer diligência ou investigação. Pára totalmente
1999
22 de março: o promotor Luiz Vasconcelos afirma que "o maior conflito entre os laudos, não-conclusivo, é a altura. Não se sabe qual a correta. Tenho dois caminhos: oferecer denúncia ou arquivar. Com esse conflitos e sem novos elementos, serei compelido a arquivar"
24 de março: a Folha publica reportagem com oito fotografias de Suzana, obtidas após três meses de investigações, provando estar errada a altura do laudo de Badan Palhares. Ao lado de PC, de corpo inteiro, mesmo de salto alto, ela é mais baixa
25 de março: o promotor Vasconcelos reabre as investigações e diz: "A Folha trouxe o elemento que faltava. Com esse elemento novo eu tenho um fato, uma prova real de que a altura não era a descrita no laudo inicial. Nós passamos a vislumbrar uma nova versão"
26 de março: o delegado Cícero Torres, presidente do inquérito que concluiu por crime passional em 1996, afirma que PC usava palmilhas para ficar mais alto. A Folha publica nova foto em que, descalço, PC aparece mais alto do que Suzana
31 de março: a Folha publica imagens e descreve o vídeo com a necropsia do corpo de Suzana feita pela equipe de Badan, mostrando que a altura do corpo não é medida em nenhum momento
6 de maio: a Folha publica novas fotografias de Suzana, de corpo inteiro, agora ao lado da irmã, Ana Luiza. De bota de salto baixo, a irmã é mais alta do que Suzana, de salto alto. Ana Luiza tem 1,63 m de altura
24 de maio: com base em dez fotografias publicadas pela Folha e anexadas aos autos do inquérito, a Unicamp divulga novo laudo sobre a altura de Suzana, concluindo que ela media de 1,53 m a 1,57 m
2 de junho: quatro ex-seguranças de PC são presos por ordem da Justiça de Alagoas e indiciados como co-autores das mortes de PC e Suzana
7 de junho: liminar do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Orlando Manso, liberta os ex-seguranças de PC
9 de junho: a Folha revela que, antes de libertar os ex-seguranças, Orlando Manso reuniu-se com Augusto Farias. "Ele veio tratar da questão dos seguranças", disse Manso
25 de agosto: a Folha revela que o delegado Lessa gravou duas fitas de conversas com Roberto Baía, funcionário do jornal de Augusto Farias, a "Tribuna de Alagoas". Baía apresentou proposta de suborno para que Augusto não seja indiciado, segundo o delegado
26 de agosto: "É quase inevitável o indiciamento de Augusto Farias", diz o delegado Alcides Andrade
28 de agosto: a Folha publica laudo inédito do perito Ailton Villanova, da Polícia Científica de Alagoas, elaborado em 1999, após reconstituição das mortes. Ele conclui que houve luta na sala da casa onde PC e Suzana morreram, e que os funcionários de PC mentiram ao dizer que entraram pela janela no quarto onde estavam os corpos
18 de outubro: a Folha revela o depoimento da promotora Eônia Pereira Bezerra, irmã de Elma Farias, contando que: os filhos de PC "passaram a indagá-la sobre o efetivo envolvimento do tio Augusto" na morte de PC; que a caseira Marise Carvalho está com medo de morrer; e que "o patrimônio de Augusto elevou-se substancialmente"
19 de novembro: A polícia indicia Augusto, sob acusação de co-autoria. Além dele, mais oito são indiciados, todos ex-funcionários de PC

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