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DELEGACIA LEGAL
Procedimento é criticado
TCE vê ilegalidade
em compra do RJ
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
O presidente do TCE (Tribunal
de Contas do Estado) do Rio,
Aloísio Gama, disse à Folha que é
ilegal comprar equipamentos e
executar obras antes de assinatura
de contrato, procedimentos adotados no "Projeto Delegacia Legal", prioridade máxima do governador Anthony Garotinho
(PDT) para a área de segurança
pública.
Segundo Gama, também é ilegal
o fato de o governo ter dado à
Fundação Coppetec autonomia
para comprar equipamentos. Ele
disse que os aparelhos só poderiam ser adquiridos depois de licitados pelo Estado.
A Coppetec foi contratada sem
licitação pela Secretaria Estadual
da Segurança Pública no dia 15 de
março, para a implantação da primeira Delegacia Legal e da Central de Dados da Polícia Civil.
O contrato, de R$ 3,8 milhões,
está sendo analisado pelo TCE,
que hoje homenageará Garotinho, agraciado com a medalha
Rui Barbosa, mais importante comenda do tribunal.
Em 23 de novembro, o TCE requereu ao governo documentos
do projeto, até mesmo notas fiscais com a descrição detalhada de
gastos, equipamentos comprados
e serviços realizados.
O fato de as compras dos equipamentos de informática e as
obras terem começado até 47 dias
antes da assinatura do contrato
foi criticado pelo presidente do
TCE.
"É uma coisa lamentável a compra antes do contrato. Quando
vierem as notas fiscais, saberemos
a data em que os aparelhos foram
adquiridos. Se isso se confirmar, a
defesa do governo virá muito frágil", afirmou ele.
De acordo com Gama, após receber os documentos exigidos à
Secretaria da Segurança, o TCE
poderá iniciar uma inspeção no
"Projeto Delegacia Legal". "Em
caso extremo, o tribunal poderá
até sustar o contrato", disse ele.
O governo terá que enviar a documentação ao Tribunal de Contas do Estado até o próximo dia
23. "Ainda não se formou uma
decisão final. O Estado ainda está
no prazo de apresentar defesa",
disse Gama.
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