São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2006

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CRISE

Em seminário sobre reforma política, PT inicia debate ético

Raimundo Pacco / Folha Imagem
O ministro Tarso Genro é cumprimentado por Marco Aurélio Garcia, presidente interino do PT, durante evento em São Paulo


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT ocupou ontem, em São Paulo, boa parte do tempo de um seminário destinado a debater a reforma política para discutir a crise ética que se abateu sobre o partido após a eclosão do escândalo do mensalão, no primeiro semestre do ano passado.
O encontro, realizado em uma universidade, contou com a presença do ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) e se transformou em uma prévia do que deverá ser o congresso do partido programado para 2007.
Após Valter Pomar, dirigente da sigla, pregar uma reforma afinada com os valores do socialismo no PT, Tarso afirmou: "O PT vai sempre reproduzir as condições culturais e morais que estão no seu entorno (...) A moral socialista, não estou falando da ética, preservou a figura do Stálin [ditador da extinta União Soviética de 1924 a 1953], por um largo tempo, omitindo os crimes sanguinários que promoveu".
Segundo ele, o partido necessita de uma "revolução política" interna, sem que seja necessária a criação de normas mais severas de punição ou controle de seus membros. "Temos que fazer uma reforma moral e intelectual. Isso significa um combate a determinados princípios que foram integrados à esquerda", afirmou.
Pomar, em seu discurso, também disse, em alusão aos recentes escândalos, que alguns membros do PT tiveram "trânsito em fronteiras pouco prudentes" e que essas práticas "já estava presente havia algum tempo".
Após o encontro, que prosseguiria hoje, o ministro falou de suas expectativas para o congresso. "Nem todas as questões podem ser resolvidas no congresso, mas, sem dúvida, poderemos melhorar substancialmente a nossa estrutura interna e o nosso prestígio social e político."

Reforma política
No âmbito da reforma política, Tarso e Pomar defenderam o financiamento público de campanha como uma tentativa de coibir eventuais irregularidades e o abuso do poder econômico nas campanhas eleitorais.
Para o ministro, a fidelidade partidária, no entanto, seria prioridade no momento.


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