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CRISE
Em seminário sobre reforma política, PT inicia debate ético
Raimundo Pacco / Folha Imagem
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O ministro Tarso Genro é cumprimentado por Marco Aurélio Garcia, presidente interino do PT, durante evento em São Paulo |
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT ocupou ontem, em
São Paulo, boa parte do tempo de um seminário destinado a debater a reforma política para discutir a crise ética
que se abateu sobre o partido
após a eclosão do escândalo
do mensalão, no primeiro semestre do ano passado.
O encontro, realizado em
uma universidade, contou
com a presença do ministro
Tarso Genro (Relações Institucionais) e se transformou
em uma prévia do que deverá
ser o congresso do partido
programado para 2007.
Após Valter Pomar, dirigente da sigla, pregar uma reforma afinada com os valores
do socialismo no PT, Tarso
afirmou: "O PT vai sempre
reproduzir as condições culturais e morais que estão no
seu entorno (...) A moral socialista, não estou falando da
ética, preservou a figura do
Stálin [ditador da extinta
União Soviética de 1924 a
1953], por um largo tempo,
omitindo os crimes sanguinários que promoveu".
Segundo ele, o partido necessita de uma "revolução
política" interna, sem que seja necessária a criação de
normas mais severas de punição ou controle de seus
membros. "Temos que fazer
uma reforma moral e intelectual. Isso significa um
combate a determinados
princípios que foram integrados à esquerda", afirmou.
Pomar, em seu discurso,
também disse, em alusão aos
recentes escândalos, que alguns membros do PT tiveram "trânsito em fronteiras
pouco prudentes" e que essas práticas "já estava presente havia algum tempo".
Após o encontro, que prosseguiria hoje, o ministro falou de suas expectativas para
o congresso. "Nem todas as
questões podem ser resolvidas no congresso, mas, sem
dúvida, poderemos melhorar
substancialmente a nossa estrutura interna e o nosso
prestígio social e político."
Reforma política
No âmbito da reforma política, Tarso e Pomar defenderam o financiamento público de campanha como
uma tentativa de coibir eventuais irregularidades e o abuso do poder econômico nas
campanhas eleitorais.
Para o ministro, a fidelidade partidária, no entanto, seria prioridade no momento.
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