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JUSTIÇA
Inquérito no STF pede a quebra do sigilo do senador para apurar participação em banco em Cayman
Ação que cita ACM deve ser arquivada
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O inquérito que pede a quebra
de sigilo do presidente do Senado,
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), está prestes a ser arquivado.
A ação, no STF (Supremo Tribunal Federal), pede a quebra para esclarecer a sua participação no
Transworld Bank & Trust Limited, com sede nas Ilhas Cayman.
A assessoria jurídica de ACM
pediu ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e ao
relator do inquérito no STF, ministro Sydney Sanches, há um
mês, o arquivamento da investigação na parte relativa a ele.
O destino desse caso será decidido por Brindeiro, que está desde maio do ano passado examinando-o. A Folha apurou que ele
requisitará o arquivamento, em
parecer que deverá emitir em fevereiro, logo após o fim do recesso forense.
Para garantir essa providência,
ACM antecipou-se à Justiça e já
encaminhou a Brindeiro e a Sanches um dossiê com cópia das declarações de renda dos últimos
anos com o objetivo de provar
que incluiu regularmente as ações
do Transworld entre os seus bens.
A cópia dos documentos revela
que essa informação não constou
somente das declarações feitas em
1994 e 1995. Segundo a assessoria
de ACM, a Receita Federal dispensou naqueles anos a referência aos bens que não tinham sofrido alteração em relação aos anos
anteriores -caso não houvesse
compra ou venda.
ACM também apresentou cópia
de declaração de bens publicada
no "Diário Oficial" da Bahia em
94, quando disputou eleição.
Ele tem pressa no encerramento
do caso. Em 1999, ele acusou juízes de corrupção, incentivou a
CPI do Judiciário a apurar irregularidades na Justiça e teve várias
discussões com o presidente do
STF, ministro Carlos Velloso.
O Transworld Bank foi criado
pelo Banco Econômico em 1987.
Como acionista do Econômico,
ACM comprou as cotas e as mantém até hoje.
O senador é acionista minoritário. Segundo o dossiê preparado
por sua assessoria jurídica, ele detém apenas 0,4% das ações.
O inquérito sobre o Transworld
Bank tem 1.955 páginas e foi uma
das inúmeras investigações sobre
o Banco Econômico que surgiram
após a intervenção do Banco Central na instituição, em 1995.
Em fevereiro de 1999, a Polícia
Federal pediu a quebra do sigilo
fiscal de todos os acionistas.
Em maio, a Justiça Federal da
Bahia enviou ao Supremo a parte
relativa a ACM. A investigação foi
registrada sem o nome do senador no ícone de acompanhamento dos processos na página do
STF na Internet (www.stf.gov.br).
A assessoria do senador negou
que ele tenha pedido a omissão ao
STF, à Procuradoria ou à Justiça
Federal da Bahia. ACM não quis
se pronunciar sobre o caso.
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