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São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

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PAINEL

Tijolo por tijolo
Após demolir, na prática, o projeto de Renan Calheiros de presidir o Senado, o Planalto trabalhará para tirar de Geddel Vieira Lima -outro serrista - a liderança do PMDB na Câmara. De olho na maioria dos votos, Lula quer ter aliados nos postos-chave do Congresso.

Time próprio
Para o lugar de Geddel Viera Lima na liderança do PMDB, o governo Lula tentará colocar Barbosa Neto (GO). O deputado é ligado ao senador Maguito Vilela, que apoiou o PT desde o primeiro turno da campanha.

Manter aparência
Ciente de que sua candidatura foi derrotada, Calheiros tentou convencer o Planalto a aceitar um terceiro nome (Pedro Simon) para a presidência do Senado. O governo bateu o pé e não recuou do apoio a José Sarney (PMDB-AP). O peemedebista quer uma saída honrosa.

Controle partidário
José Dirceu chamou Renan Calheiros (PMDB) para uma reunião na Casa Civil, que pode ocorrer hoje. O peemedebista espera algum tipo de compensação. No mínimo, que o Palácio do Planalto não atrapalhe seu plano de presidir o partido.

Terra arrasada
Sarney e Roberto Requião (PR) reunirão hoje o grupo dissidente do PMDB na PB. Articulam a derrubada da ala serrista -Renan Calheiros entre eles -do comando do partido.

Porta na cara
José Fioravante, suplente de Hélio Costa (PMDB-MG), tentou entrar na reunião de ontem da bancada do PMDB no Senado. Barrado pelos seguranças, ele se enfureceu e foi embora.

Braço direito
Cristovam Buarque (Educação) escolheu Hermes de Paula para a presidência do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Hermes foi secretário de Obras do petista no governo do Distrito Federal e tesoureiro de suas três últimas campanhas eleitorais.

Cota sindicalista
Heigberto Guiba Navarro, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi nomeado ontem por Jaques Wagner (Trabalho) delegado regional do Ministério do Trabalho em SP.

Cobrança agrária
Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) pediu levantamento das propriedades rurais dos grandes devedores da União. Pretende negociar a troca dos débitos por terras, que seriam destinadas para o programa da reforma agrária.

Teoria política
O ministro da bomba atômica, Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia), reuniu-se anteontem com a bancada do PSB. Disse ser vítima de uma conspiração da direita, que quer derrubá-lo pelo fato de representar a "ala esquerda" do governo Lula.

Preço da encomenda
Mares Guia (Turismo) apresentou ontem a José Dirceu um plano de estruturação de seu ministério. Disse que precisa de 240 cargos. O petebista, que tem despachado em sala provisória na Embratur, pediu que um andar do prédio do Planejamento fosse cedido à sua pasta.

Cabo-de-guerra
Participantes do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, ensaiam um "Movimento Fica Lula". Querem pressionar o presidente a não comparecer ao Fórum Econômico Mundial, na Suíça, de 23 a 28 próximos.

Efeito mosquito
Humberto Costa (Saúde) se reunirá amanhã na BA com secretários da Saúde do Nordeste para discutir ações de combate à dengue. O governo teme que a volta da epidemia desgaste o início do mandato de Lula. Na semana que vem, se encontrará com os secretários do Sudeste.

TIROTEIO

De Luiz Carlos Nemetz (PT-SC), ex-candidato a vice-governador do Estado, sobre a anunciada privatização do Besc (Banco do Estado de SC):
- Temos muito respeito pelo ministro Antonio Palocci Filho [Fazenda], mas ele também tem de nos respeitar. Quando eu o vejo falar sobre o Besc, ouço o [ex-ministro] Pedro Malan, e isso me dá arrepios.

CONTRAPONTO

Liga amadora

O ex-governador do Piauí e senador eleito Mão Santa estreou ontem no Senado ao participar da reunião da bancada eleita do PMDB. Conhecido pelas tiradas e frases engraçadas, Mão Santa encontrou, ao entrar na sala, o senador Ney Suassuna (PB), que costuma usar gravatas com estampas espalhafatosas.
Suassuna foi logo dizendo ao novo colega que nunca mudou de partido, que tem uma história na sigla e que, por isso, é respeitado por todos na bancada.
Mão Santa ouviu tudo em silêncio. Quando Suassuna acabou, o ex-governador respondeu ironicamente, referindo-se a um time de Niterói (RJ) que deixou o futebol profissional:
- Mulher eu só tive uma, mas partidos eu tive vários. Nenhum é como o PMDB. No PMDB, me sinto jogando no Flamengo em um Maracanã lotado. Nos outros partidos, era como se eu jogasse no Canto do Rio.


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