MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reservar hoje uma parte do dia para experimentar novos óculos. Às 18 horas, ele recebe no Planalto o "esteta óptico" Miguel Giannini, que viajará de São Paulo a Brasília com três modelos na bagagem, feitos a partir da receita do oftalmologista André Salaroli.
Em dezembro, Giannini entregou ao presidente um óculos de titânio da marca italiana Cerruti 1881, que Lula usou no dia da posse. Mas Giannini precisará fazer uma adaptação.
O problema é que os óculos de Lula, que tem presbiopia (dificuldade de distinguir objetos próximos, ou a popular "vista cansada"), foi feito para que ele pudesse ler textos a uma distância de 40 cm. É comum, no entanto, o presidente ler discursos que são colocados a cerca de 80 cm de seus olhos.
No dia da posse, por exemplo, Lula chegou a tirar o óculos no meio de seu discurso.
Hoje, Giannini testará modelos com diferentes tipos de lentes. Num deles, elas terão 2,25º -menos do que os 2,5º do modelo da posse. "Com um grau menor, será possível abrir a distância, e ele poderá ler textos a até 50 cm dos olhos", explica.
O segundo modelo, com dois focos, permitirá leitura a meia distância, de até 1,5 metro, mas Lula terá de tirar os óculos para enxergar bem objetos que estejam a uma distância maior. O terceiro, com lente plana e três focos, permitirá ao mesmo tempo, ler de perto, à meia-distância e enxergar bem de longe.
Só a armação dos óculos feitos por Giannini custa cerca de R$ 1.400. Mas ele não está cobrando nada de Lula. "Estamos todos acreditando no governo. Também quero dar uma parcela de contribuição", diz o oculista, que tem como clientes os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney.


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