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São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

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Prefeito é acusado de improbidade em Guaribas (PI)

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O Ministério Público do Piauí instaurou inquérito civil público para investigar denúncias de improbidade administrativa contra o prefeito Reginaldo Correia da Silva, de Guaribas, cidade que se tornou símbolo do programa Fome Zero, do governo federal. Silva, 45, que é filiado ao PL, partido do vice-presidente José Alencar, teria, segundo as denúncias, arrendado a prefeitura para o ex-deputado estadual e atual secretário da Educação e Finanças de Guaribas, José Ferreira Paes Landim Neto (PFL), 45.
Pelo arrendamento, ainda de acordo com as denúncias, Neto pagaria de R$ 15 mil a R$ 20 mil mensais ao prefeito. Assim, ele teria direito ao poder político e administrativo do município.
Segundo o promotor Ruszel Lima Verde Cavalcante, serão investigadas ainda suspeitas de desvio de verba, emissão de cheques sem fundo e má utilização de recursos públicos.
"Como uma prefeitura que tem receita mensal de R$ 150 mil pode deixar uma cidade de 4.300 habitantes no Estado em que se encontra Guaribas, sem água, saneamento, calçamento?", questionou Cavalcante.
"Vamos apurar tudo, ouvir os moradores e os políticos da região", declarou. O Ministério Público pediu uma auditoria financeira, contábil e patrimonial do município ao Tribunal de Contas do Estado. O resultado deve sair em até 60 dias.
O prefeito e o secretário negam qualquer irregularidade na prefeitura. "Não existe isso não, ave Maria!", disse o prefeito, em entrevista por telefone, gravada pela Agência Folha. "Arrendar prefeitura não existe em lugar nenhum do mundo."
Os dois atribuíram as denúncias a "intrigas da oposição" e a "futricas de políticos" que, segundo eles, estariam com inveja da súbita notoriedade da cidade, das "obras" e da "revolução cultural" que afirmam estar promovendo no município.
Segundo o secretário, a folha de pagamentos dos 180 servidores de Guaribas consome 60% da receita. O prefeito tem o maior salário: cerca de R$ 3.000 líquidos por mês. Os secretários recebem R$ 1.500.


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