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ESPÍRITO SANTO
Parlamentares também ganharam "auxílio-paletó" de R$ 19,8 mil
Deputados aprovam aumento de 54%
DA AGÊNCIA FOLHA
A Assembléia Legislativa do Espírito Santo aprovou, em sessão
extraordinária anteontem, o aumento de 54% nos salários dos
deputados estaduais e a volta do
chamado "auxílio-paletó", uma
ajuda de custo equivalente a dois
vencimentos destinada a despesas
consideradas imprescindíveis.
Com o reajuste, os salários dos
parlamentares capixabas passarão de R$ 6.000 para R$ 9.540. O
valor corresponde a 75% (a porcentagem máxima prevista pela
Constituição) do que receberão
os deputados federais depois do
aumento recém-aprovado na Câmara dos Deputados.
A redação final do projeto foi
aprovada na véspera do encontro
do governador Paulo Hartung
(PSB) com o ministro da Fazenda,
Antonio Palocci Filho. O governador saiu ontem do Ministério da
Fazenda apenas com a manifestação de "boa vontade" de Palocci
em analisar as propostas pelas
quais pretende conseguir pelo
menos parte dos R$ 300 milhões
necessários para pagar os salários
atrasados dos servidores estaduais. Os funcionários ameaçam
entrar em greve já a partir de hoje.
Hartung tem 15 dias para analisar a decisão, mas declarou ontem
que vetará a proposta no último
dia do prazo. Dessa forma, a matéria voltará à votação após a posse dos deputados eleitos em 2002.
"Essa decisão da Assembléia é um
retrocesso e demonstra a falta de
compromisso da atual legislatura
com o povo do Espírito Santo. O
Estado vive uma crise sem precedentes e mesmo assim os deputados reajustam os próprios vencimentos", disse Hartung.
Durante a sessão, em que a votação foi unânime (18 votos a favor), o deputado Antônio Cavalheri (PSB) votou contra a matéria, mas durante a votação da proposta, foi contado como favorável
o voto dele. Presidia a sessão o deputado Geraldo Martins (PMN)
que, pela função que ocupava,
não votou. Nenhum dos dois foi
localizado ontem.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Carlos
Gratz (PFL), afirmou que não
concorda nem aceita os acréscimos aos salários dos parlamentares. Gratz disse manter sua posição de 1995, quando, juntamente
com outros deputados, assinou
um documento concordando
com a decisão da então Mesa Diretora, de abolir o auxílio-paletó.
Revoltados com a aprovação do
reajuste, policiais civis iniciaram
ontem uma greve de 24 horas.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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