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São Paulo, sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

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ESPÍRITO SANTO

Parlamentares também ganharam "auxílio-paletó" de R$ 19,8 mil

Deputados aprovam aumento de 54%

DA AGÊNCIA FOLHA

A Assembléia Legislativa do Espírito Santo aprovou, em sessão extraordinária anteontem, o aumento de 54% nos salários dos deputados estaduais e a volta do chamado "auxílio-paletó", uma ajuda de custo equivalente a dois vencimentos destinada a despesas consideradas imprescindíveis.
Com o reajuste, os salários dos parlamentares capixabas passarão de R$ 6.000 para R$ 9.540. O valor corresponde a 75% (a porcentagem máxima prevista pela Constituição) do que receberão os deputados federais depois do aumento recém-aprovado na Câmara dos Deputados.
A redação final do projeto foi aprovada na véspera do encontro do governador Paulo Hartung (PSB) com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho. O governador saiu ontem do Ministério da Fazenda apenas com a manifestação de "boa vontade" de Palocci em analisar as propostas pelas quais pretende conseguir pelo menos parte dos R$ 300 milhões necessários para pagar os salários atrasados dos servidores estaduais. Os funcionários ameaçam entrar em greve já a partir de hoje.
Hartung tem 15 dias para analisar a decisão, mas declarou ontem que vetará a proposta no último dia do prazo. Dessa forma, a matéria voltará à votação após a posse dos deputados eleitos em 2002. "Essa decisão da Assembléia é um retrocesso e demonstra a falta de compromisso da atual legislatura com o povo do Espírito Santo. O Estado vive uma crise sem precedentes e mesmo assim os deputados reajustam os próprios vencimentos", disse Hartung.
Durante a sessão, em que a votação foi unânime (18 votos a favor), o deputado Antônio Cavalheri (PSB) votou contra a matéria, mas durante a votação da proposta, foi contado como favorável o voto dele. Presidia a sessão o deputado Geraldo Martins (PMN) que, pela função que ocupava, não votou. Nenhum dos dois foi localizado ontem.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Carlos Gratz (PFL), afirmou que não concorda nem aceita os acréscimos aos salários dos parlamentares. Gratz disse manter sua posição de 1995, quando, juntamente com outros deputados, assinou um documento concordando com a decisão da então Mesa Diretora, de abolir o auxílio-paletó.
Revoltados com a aprovação do reajuste, policiais civis iniciaram ontem uma greve de 24 horas.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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