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Regime único previsto
"está de pé", afirma
Dulci
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar das pressões contrárias
a um regime único de Previdência, o secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci,
disse ontem que a proposta previdenciária prevista no programa
de governo do PT "está de pé".
O programa petista propõe um
sistema único para as aposentadorias, que seriam limitadas a um
teto. Hoje, só aqueles que se aposentam pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) estão sujeitos a um teto -R$ 1.561.
"Não há uma decisão sobre o
conteúdo. O projeto não está
pronto. A reforma tem de ser fruto de um acordo, em que cada um
terá de ceder um pouco", disse
Dulci, acrescentando que a última
palavra sobre o tema será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, disse ontem que
apresentará no início de maio
uma proposta de reforma ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Somente depois
de endossado pelo conselho, o
projeto será submetido a Lula.
"Estamos abertos ao debate por
90 dias a contar de 1º de fevereiro.
Não vamos restringir nenhuma
proposta", disse. Para ele, os pleitos por regras especiais, feitos até
agora por militares e juízes, "são
válidos". "Vamos preservar os direitos adquiridos. Já há um entendimento do STF sobre direito adquirido e expectativa de direito."
O ministro conversou ontem
por telefone com o presidente do
STF, Marco Aurélio de Mello.
"Não há antagonismo entre a opinião dele e a nossa." Os dois marcaram um encontro para depois
do fim do recesso do Judiciário.
Berzoini disse que as oscilações
do mercado nos últimos dias não
têm relação com o debate sobre a
reforma. No dia em que o presidente do STF se manifestou contra a idéia do PT, o dólar subiu.
A justificativa de analistas do
mercado foi a resistência à reforma. "O mercado tem oscilações
diárias. Não há como atribuir à
declaração de alguém", disse Berzoini. No próximo dia 24, ele deverá expor ao Conselho Nacional
de Previdência Social um diagnóstico da situação das contas
previdenciárias. No dia 13, apresentará o mesmo documento ao
conselho social.
Reivindicações
Ontem Berzoini recebeu Paulo
Roberto Ziulkoski, presidente da
CNM (Confederação Nacional
dos Municípios), que disse estar
preocupado com um novo modelo de contribuição dos municípios. "Hoje metade das cidades
trabalham com o INSS e outra
metade com fundos próprios",
afirmou Ziulkoski, antes de encontrar-se com Berzoini.
O ministro conversou ainda
com o presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), Cláudio Maciel, e com José
Henrique Vieira Martini, secretário da Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social). Os
dois pediram a manutenção do
regime próprio para as respectivas carreiras públicas.
Colaborou a enviada especial a Brasília
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