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PSDB quer escolher seu candidato até o final de fevereiro
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, admitiu ontem a possibilidade de
deixar o Palácio dos Bandeirantes antes de 31 de março,
como vinha programando.
Não é à toa. Deflagrada a disputa entre ele e o prefeito José Serra, o comando do
PSDB tem apresentado o fim
de fevereiro -no máximo a
primeira semana de março- como prazo fatal para a
escolha do candidato à Presidência da República.
A decisão ocorreria logo
após a conclusão de uma
pesquisa encomendada pelo
partido. Mantida a vantagem, Serra seria lançado.
Mas a idéia não é só defendida pelos apoiadores da
candidatura de Serra, que
hoje conta com mais visibilidade nacional. Ganha a adesão de aliados de Alckmin e
dos preocupados com o efeito da crise no partido.
Numa coisa, serristas e
alckmistas concordam. "A
decisão deve ser tomada logo após o Carnaval", diz o líder do governo Alckmin na
Assembléia Legislativa, Edson Aparecido.
"Tem que ser até o fim de
fevereiro, para ter menos
marola", prega o líder do
PSDB na Câmara, Alberto
Goldman (SP), apontado como um dos integrantes da
tropa de choque de Serra.
Ex-secretário-geral da sigla, Bismarck Maia (CE) tem
repetido "que o nome sai até
o Carnaval". Ontem, o próprio Alckmin disse que "pode ocorrer já em fevereiro".
E, uma semana depois de
dizer que não via motivo para isso, Alckmin afirmou
que "a tendência é sair antes
da data de 31 de março".
Alckmin negou que a hipótese seja cogitada para
que escape do debate sobre
segurança no Estado. Mas
para que possa se dedicar à
campanha.
O governador afirma que
nunca fixou data para a renúncia: "Disse o seguinte:
saio para ser candidato e o
prazo é 31 de março".
Ainda assim, o governador
não descarta a possibilidade
de a disputa chegar à convenção. Já os serristas alegam que a antecipação da escolha permitiria transição da
prefeitura para seu vice, Gilberto Kassab, além de evitar
o acirramento do conflito.
Até lá, a temperatura tende
a subir. Os aliados de Serra
acusam o governador de cinismo por insistir em dizer
que o prefeito não é candidato. E, numa referência ao secretário de Educação, Gabriel Chalita, são irônicos ao
afirmar que o orientador de
Alckmin é o biógrafo da cantora Vanusa. Numa resposta
à declaração de Alckmin de
que não deve existir candidato oculto, os serristas debocham, afirmando que o
governador é oculto para o
resto do país.
Ontem, essa desavença
veio à tona. Em entrevista à
rádio CBN, Alckmin reafirmou que "Serra tem dito que
não é candidato". Ele negou
que haja uma briga. "Não é
briga colocar o seu nome à
disposição do partido."
"Disse que sou candidato.
Sou verdadeiro. Digo as coisas, o que, em política, não é
tão comum", afirmou.
Irritados, tucanos sugerem
uma conversa com Alckmin
para que não explore mais o
fato de Serra não poder se
lançar. Goldman diz que
não: "Ninguém deve coibir.
É quando as pessoas falam
que mostram seu caráter".
Colaborou ALEXSSANDER SOARES, da Reportagem Local
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