|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/HORA DAS CASSAÇÕES
Wanderval Santos é acusado de ter recebido R$ 150 mil do "valerioduto"; processo do Conselho de Ética é o primeiro do ano
Parecer pede a cassação de deputado do PL
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Ética da Câmara
apresentará na tarde de hoje a
conclusão do primeiro processo
de cassação do ano, cujo parecer
recomendará a perda do mandato
do deputado Wanderval Santos
(PL-SP) por envolvimento no escândalo do "mensalão".
Após uma polêmica mudança
na ordem dos processos em andamento, Wanderval puxará a fila
dos 11 deputados que enfrentarão
o plenário nos próximos meses,
apontados como beneficiários do
esquema de repasses montado
por Marcos Valério de Souza.
Antes dele, o conselho julgou
outros quatro processos referentes ao "mensalão": pediu a cassação de Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e Romeu
Queiroz (PTB-MG), e a absolvição do líder do PL, Sandro Mabel
(GO). Dos quatro, apenas Queiroz conseguiu alterar a decisão no
plenário posteriormente.
Wanderval é acusado de ser
destinatário de R$ 150 mil do "valerioduto". O dinheiro foi sacado
por um funcionário do seu gabinete das contas de Valério no
Banco Rural. O argumento do deputado é que os recursos foram
sacados a mando de Carlos Rodrigues (PL-RJ), que renunciou ao
mandato de deputado federal.
Segundo a Folha apurou com
integrantes do conselho, dois
pontos sustentam o relatório de
Chico Alencar (PSOL-RJ) pela
cassação: a total responsabilidade
de Wanderval pelas ações dos
seus assessores e o fato de ele admitir ter submetido seu mandato
a outro deputado -no caso, Carlos Rodrigues.
Caso nenhum integrante do
conselho peça vista do relatório, o
texto poderá ser votado hoje mesmo. A tendência é que o parecer
seja aprovado pelo conselho por
ampla maioria dos votos.
Nos bastidores, a avaliação é
que o caso de Wanderval funcionará como um "termômetro" da
reação do plenário após a absolvição de Romeu Queiroz. Pesa contra o deputado do PL o fato de os
partidos trabalharem para que ele
seja o primeiro da lista, poupando
outros mais visados na fila.
Pedro Corrêa
Ontem, o conselho encerrou o
processo contra o presidente do
PP, deputado Pedro Corrêa (PE),
que passa a ser o quarto da lista de
11 parlamentares que enfrentarão
o plenário. Pelo calendário inicial,
Corrêa seria o primeiro, mas ele
conseguiu retardar o depoimento
de sua última testemunha, Mário
Negromonte (PP-BA).
Na ocasião, Negromonte afirmou que tinha "informações relevantes" sobre o caso, mas que não
poderia comparecer na data marcada. Ontem, ele disse que os dados são cópias das notas taquigráficas de reuniões da bancada do
PP antes de votações mostrando
que não se falava em "mensalão".
Negromonte disse que o líder
do partido na Casa, José Janene
(PR), intermediou o repasse de
R$ 700 mil a título de "doação" do
PT para a defesa do ex-deputado
Ronivon Santiago (PP-AC).
Texto Anterior: CPI dos Bingos: Ex-petista afirma que Lula e Dirceu são "perniciosos" Próximo Texto: Aldo pede parecer de corregedoria sobre Herrmann Índice
|