São Paulo, terça-feira, 17 de janeiro de 2006

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Aldo pede parecer de corregedoria sobre Herrmann

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), determinou ontem que o corregedor da Casa, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), produza parecer sobre o escândalo envolvendo o deputado João Herrmann Neto (PDT-SP).
"Recolhi as informações e despachei para o deputado Ciro Nogueira para tomar as providências cabíveis", disse Aldo.
A decisão foi anunciada após a reunião do colégio de líderes partidários, realizada na residência oficial da Presidência da Câmara. Herrmann esteve no local antes da reunião e entregou papéis em sua defesa.
O deputado é acusado de receber, entre março de 2003 e março de 2005, repasses mensais que variavam de R$ 3.000 a R$ 3.800, totalizando R$ 79 mil, da Beta, empresa investigada pela CPI dos Correios.
Herrmann disse que recebeu dinheiro para pagar despesas de um automóvel blindado usado em comum pelas famílias dele e de Ioannis Amerssons, um dos sócios da Beta.
Segundo relato dos líderes, o encontro foi tenso. Ele apresentou aos líderes dados de suas contas bancárias e notas fiscais que poderiam justificar os depósitos mensais da Beta. Os documentos também foram encaminhados ao corregedor.
Herrmann negocia com o sub-relator da CPI dos Correios, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), uma data para depor em audiência pública.
"Foi uma boa conversa. Mostrei documentos. Eu quero me explicar logo à corregedoria para acabar com isso", disse Herrmann aos jornalistas.
Os líderes avaliaram de forma positiva as explicações. "Ele foi sólido, mas é preciso analisar todos os documentos", disse José Carlos Aleluia (PFL-BA), líder da minoria.
O líder interino do PSDB, Eduardo Paes (RJ), desvinculou Herrmann dos deputados que receberam dinheiro do "valerioduto"."A gente tem de apurar, mas isso não tem nada a ver com "mensalão.'"
No fim da tarde, Herrmann divulgou nota em que aceita ser processado por quebra do decoro. "Submeterei sempre meu mandato a qualquer tipo de aferição de natureza pública e/ ou oficial e aguardo com fervor a solução final deste caso que, enquanto perdure, retira-me o brilho de viver", diz a nota.


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