São Paulo, sábado, 17 de fevereiro de 2007

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Legenda cobiça mais de cem cargos no Estado

DA REPORTAGEM LOCAL

Estudo elaborado pelo PT paulista e entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva mapeia postos-chave da administração federal no Estado e pede a ampliação da participação do partido no total de vagas.
Ao todo, são cerca de cem cargos estratégicos de livre provimento (escolhidos sem a necessidade de concurso público), em órgãos como Incra, Ceagesp, Codesp (que controla o porto de Santos), Receita Federal, Correios, INSS, Ibama, Infraero, Banco do Brasil e CEF (Caixa Econômica Federal).
Além deles, são alvo da cobiça dos petistas e de seus aliados -PMDB, PP, PC do B, PSB e PR- escritórios de representação dos ministérios no Estado.
De acordo com o estudo, apenas 35% dessas vagas estão hoje nas mãos dos petistas, mesmo após os quatro anos da primeira gestão de Lula.
"Nós fizemos um balanço porque entendemos que muitas conquistas do governo em São Paulo não foram utilizadas para organizar a população politicamente. Muitas vezes, o PT não estava em inaugurações de obras feitas com verbas federais", disse o vereador João Antônio, secretário-geral do partido em São Paulo.
O mapeamento foi feito por uma comissão formada pelo diretório e alvo de discussão entre seus integrantes, já que os aliados da ex-prefeita Marta Suplicy, como a família Tatto, reivindicam maior espaço.
"Se nós ganharmos um cargo, vamos aumentar em 100% nossa participação nos cargos em São Paulo", ironiza o deputado federal Jilmar Tatto.
A corrente interna PT de Lutas e Massas, controlada pelos Tatto, representa cerca de 15% do PT paulista. "Do jeito que está, não condiz com nossa representatividade", diz Jilmar.
Os petistas dizem que a maior parte das vagas ainda é ocupada por nomeados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Os cargos de carreira devem ser respeitados, mas, em muitos casos, precisamos alterar a correlação de forças políticas", diz João Antônio.

Porto e bancos
Os centros de maior disputa são o porto de Santos e os bancos do Brasil e CEF. No primeiro caso, o PT tem adversários externos, no caso, os partidos aliados. A presidência atualmente está com o PR, mas o deputado federal Márcio França (PSB), ex-prefeito de São Vicente, tenta uma aliança com petistas para ficar com a vaga. O PMDB corre por fora.
O PT, sob pressão, também mantém cargos nas diretorias do porto, consideradas da cota técnica do partido.
No BB, o deputado federal e presidente do PT, Ricardo Berzoini, ligado ao Sindicato dos Bancários, trabalha para indicar o novo superintendente. Ele também tem interesses em postos no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Já o deputado federal João Paulo Cunha quer retomar para seu grupo o comando no Ceagesp, perdido após o escândalo do mensalão. (JAB)

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