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Legenda cobiça mais de cem cargos no Estado
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudo elaborado pelo PT
paulista e entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva
mapeia postos-chave da administração federal no Estado e
pede a ampliação da participação do partido no total de vagas.
Ao todo, são cerca de cem
cargos estratégicos de livre provimento (escolhidos sem a necessidade de concurso público), em órgãos como Incra,
Ceagesp, Codesp (que controla
o porto de Santos), Receita Federal, Correios, INSS, Ibama,
Infraero, Banco do Brasil e CEF
(Caixa Econômica Federal).
Além deles, são alvo da cobiça dos petistas e de seus aliados
-PMDB, PP, PC do B, PSB e
PR- escritórios de representação dos ministérios no Estado.
De acordo com o estudo, apenas 35% dessas vagas estão hoje nas mãos dos petistas, mesmo após os quatro anos da primeira gestão de Lula.
"Nós fizemos um balanço
porque entendemos que muitas conquistas do governo em
São Paulo não foram utilizadas
para organizar a população politicamente. Muitas vezes, o PT
não estava em inaugurações de
obras feitas com verbas federais", disse o vereador João Antônio, secretário-geral do partido em São Paulo.
O mapeamento foi feito por
uma comissão formada pelo diretório e alvo de discussão entre seus integrantes, já que os
aliados da ex-prefeita Marta
Suplicy, como a família Tatto,
reivindicam maior espaço.
"Se nós ganharmos um cargo,
vamos aumentar em 100% nossa participação nos cargos em
São Paulo", ironiza o deputado
federal Jilmar Tatto.
A corrente interna PT de Lutas e Massas, controlada pelos
Tatto, representa cerca de 15%
do PT paulista. "Do jeito que
está, não condiz com nossa representatividade", diz Jilmar.
Os petistas dizem que a
maior parte das vagas ainda é
ocupada por nomeados pelo
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Os cargos de carreira devem ser respeitados, mas, em muitos casos, precisamos alterar a correlação de forças políticas", diz
João Antônio.
Porto e bancos
Os centros de maior disputa
são o porto de Santos e os bancos do Brasil e CEF. No primeiro caso, o PT tem adversários
externos, no caso, os partidos
aliados. A presidência atualmente está com o PR, mas o deputado federal Márcio França
(PSB), ex-prefeito de São Vicente, tenta uma aliança com
petistas para ficar com a vaga. O
PMDB corre por fora.
O PT, sob pressão, também
mantém cargos nas diretorias
do porto, consideradas da cota
técnica do partido.
No BB, o deputado federal e
presidente do PT, Ricardo Berzoini, ligado ao Sindicato dos
Bancários, trabalha para indicar o novo superintendente.
Ele também tem interesses em
postos no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Já o deputado federal João
Paulo Cunha quer retomar para seu grupo o comando no
Ceagesp, perdido após o escândalo do mensalão.
(JAB)
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