São Paulo, Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 1999
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Para brasileiros, criar empregos é a saída

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local

A principal medida que o governo federal deveria tomar para combater a crise econômica é incentivar a criação de empregos. É o que dizem 35% dos brasileiros, segundo pesquisa nacional Datafolha feita entre 3 e 4 deste mês.
Em segundo lugar nas prioridades apontadas pela população aparecem com os mesmos 11% de citações a valorização do real, investimentos nas empresas brasileiras (sobretudo micro e pequenas) e o congelamento/controle de preços.
As respostas foram espontâneas e múltiplas (o entrevistado poderia apontar mais de uma medida).
Esses resultados foram captados na mesma pesquisa que apontou a pior popularidade do governo Fernando Henrique Cardoso desde a primeira posse, em janeiro de 1995.
Essas prioridades estão de acordo com as principais preocupações dos brasileiros detectadas nos outros itens do levantamento.
Para 65% da população o governo perdeu o controle sobre a crise, 59% afirmam que o governo é o principal responsável por ela, e 61% acham que FHC enganou seus eleitores ao afirmar que manteria a estabilidade do real.
O combate ao desemprego é uma prioridade mais destacada pelos menos escolarizados (40%), pelos de menor renda (37%), por quem diz ter votado em FHC (37%) e pelos moradores do Nordeste (42%).
Não por acaso, são justamente esses segmentos os mais penalizados pela crise: o aumento do desemprego é maior entre as pessoas com menos qualificação (nível escolar), e o valor real dos salários deve cair com a volta da inflação.
Por essa razão, a crise tende a aumentar a pobreza e as desigualdades sociais.
Na outra ponta da pirâmide social, os brasileiros com nível superior também pedem a criação de mais empregos (22%), mas se destacam do restante da população por reivindicarem o controle das importações (10%), a redução dos impostos (9%) e controle dos gastos públicos (8%) acima da média.
A pesquisa foi feita em todos os Estados e no Distrito Federal. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.


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