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Para brasileiros, criar empregos é a saída
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local
A principal medida que o governo federal deveria tomar para
combater a crise econômica é incentivar a criação de empregos. É o
que dizem 35% dos brasileiros, segundo pesquisa nacional Datafolha feita entre 3 e 4 deste mês.
Em segundo lugar nas prioridades apontadas pela população aparecem com os mesmos 11% de citações a valorização do real, investimentos nas empresas brasileiras
(sobretudo micro e pequenas) e o
congelamento/controle de preços.
As respostas foram espontâneas
e múltiplas (o entrevistado poderia
apontar mais de uma medida).
Esses resultados foram captados
na mesma pesquisa que apontou a
pior popularidade do governo Fernando Henrique Cardoso desde a
primeira posse, em janeiro de 1995.
Essas prioridades estão de acordo com as principais preocupações
dos brasileiros detectadas nos outros itens do levantamento.
Para 65% da população o governo perdeu o controle sobre a crise,
59% afirmam que o governo é o
principal responsável por ela, e
61% acham que FHC enganou seus
eleitores ao afirmar que manteria a
estabilidade do real.
O combate ao desemprego é uma
prioridade mais destacada pelos
menos escolarizados (40%), pelos
de menor renda (37%), por quem
diz ter votado em FHC (37%) e pelos moradores do Nordeste (42%).
Não por acaso, são justamente
esses segmentos os mais penalizados pela crise: o aumento do desemprego é maior entre as pessoas
com menos qualificação (nível escolar), e o valor real dos salários
deve cair com a volta da inflação.
Por essa razão, a crise tende a aumentar a pobreza e as desigualdades sociais.
Na outra ponta da pirâmide social, os brasileiros com nível superior também pedem a criação de
mais empregos (22%), mas se destacam do restante da população
por reivindicarem o controle das
importações (10%), a redução dos
impostos (9%) e controle dos gastos públicos (8%) acima da média.
A pesquisa foi feita em todos os
Estados e no Distrito Federal. A
margem de erro é de dois pontos
percentuais, para mais ou para
menos.
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